Carluxo acusa o golpe no ‘gabinete do ódio’ e ameaça: “Não comemorem, escória!”

Aos poucos o chamado ‘gabinete do ódio’, uma sofisticada quadrilha especializada em ataques desleais e notícias falsas, vai sendo desmantelado.

A organização que age através das redes sociais com objetivos políticos foi sendo aperfeiçoada durante muito tempo. Ela propiciou a eleição de Jair Bolsonaro na presidência, além dos filhos, um senador e outro deputado federal. Isso sem falar em dezenas de parlamentares e vários governadores.

Mas quando os ataques começaram se voltaram ao Supremo Tribunal Federal, a quadrilha ultrapassou o limite do “tolerável” pelas instituições. Toffoli abriu um inquérito para investigar a origem dos ataques e a coisa começou a desandar.

As prisões de militantes bolsonaristas que produzem e disseminam conteúdos falsos e agressivos, foi um golpe duro no tal ‘gabinete do ódio’. A derrubada de contas falsas, páginas e grupos disseminadores de ‘fake news’ vai minando cada vez mais o raio de atuação da quadrilha.

Carlos Bolsonaro, o Carluxo, tipo como o principal operador dessa organização, acusou o golpe. Ele postou mensagens no Twitter tentando intimidar os adversários que comemoram o desmonte dessa engenharia. Confira:

“Totalmente ciente das consequências e variações. Aos poucos vou me retirando do que sempre explicitamente defendi. Creio que possa ter chegado o momento de um novo movimento pessoal. Estou cagando pra esse lixo de fakenews e demais narrativas. Precisamos viver e nos respeitar!”

Economia

“Ninguém é insubstituível e jamais seria pedante de me colocar nesse patamar! Todos queremos o melhor para o Brasil e que ele vença! Apenas uma escolha pessoal pois todos somos seres humanos! Seguimos! E surpresas virão! Não comemorem, escória!”

Por trás das mensagens enigmáticas, Carluxo dá a entender que não será mais o operador no comando do ‘gabinete do ódio’.  Mas ele também carrega nas ameaças, ainda que veladas:

“Apenas uma escolha pessoal pois todos somos seres humanos! Seguimos! E surpresas virão! Não comemorem, escória!”

Facebook desmonta ‘Gabinete do Ódio’ do presidente Jair Bolsonaro

O Facebook informou nesta quarta-feira (8) que desarticulou o ‘Gabinete do Ódio’ do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Trata-se de uma rede de contas, páginas, grupos e perfis na rede social e no Instagram de funcionários de gabinete do mandatário, do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), além de envolvidos com o PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu. As informações são do UOL.

De acordo com o portal, as remoções ocorreram porque estas páginas empregavam ações vetadas pela plataforma, como o uso de contas falsas, envio de spam ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença online.

Cobrado por grandes marcas agrupados na campanha “Stop Hate for Profit” (“Chega de ódio pelo lucro”), o Facebook parece ter escolhido Bolsonaro para dar respostas concretas aos anunciantes da empresa de Mark Zuckerberg.

É a primeira vez que o Facebook realiza uma ação dessas no Brasil. Também nesta quarta a empresa derrubou outras redes coordenadas desse tipo nos Estados Unidos, na Ucrânia e em outros países da América Latina.

No Brasil, ainda que os envolvidos tentaram disfarçar suas identidades, o Facebook conseguiu constatar sua ligação com pessoas ligadas ao PSL e funcionários dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos (ambos do PSL-RJ) e ao clã Bolsonaro. Segundo a rede social, há indícios de que os parlamentares, assim como Eduardo e Jair Bolsonaro, estejam envolvidos diretamente.

“Apenas atribuímos o que podemos provar. E removemos toda parte da rede. Vimos conexões com o PSL e com funcionários dos gabinetes das pessoas que mencionamos e o envolvimento direto deles”, diz Nathaniel Gleicher, líder de políticas de segurança do Facebook.

Algumas das imagens divulgadas pelo Facebook mostravam posts sobre o ex-ministro Sergio Moro e uma publicação que acusava a TV Globo de inventar falsas mortes por covid-19. O Facebook não detalha se esses conteúdos continham fake news ou não. Informa apenas que a rede não foi desarticulada por causa disso, mas sim por se passar por outras pessoas. A empresa acrescenta que alguns dos posts já haviam sido alvo de remoções por violarem regras do site, como a que proíbe discurso de ódio.

Ao todo, foram desmobilizados:

  • 35 contas no Facebook
  • 38 contas no Instagram
  • 14 páginas
  • 1 grupo no Facebook

Essa rede possuía:

  • 883 mil seguidores no Facebook
  • 350 inscritos no grupo
  • 917 mil seguidores no Instagram.

A companhia identificou ainda que o grupo gastou US$ 1,5 mil com anúncios.

O tipo de conduta que levou à sanção é chamada pelo Facebook de “comportamento inautêntico coordenado”, porque os infratores tentam enganar usuários da rede social ao assumir a identidade de outras pessoas. A rede social identificou, por exemplo, que o grupo usava essas contas para se passar por repórteres ou por administradores de veículos de notícias.

“Para mim o que você está dizendo é novidade. A minha conta é verificada. Agora, a conta das pessoas que trabalham conosco a gente não tem acesso. Cada um posta aquilo que quer, aqui não peço para ninguém postar nada, nem para repostar o meu. Sobre eu ter duas contas, não é verdade”, diz o deputado Anderson Moraes, em resposta à reportagem.

Tilt está tentando contato com o presidente Jair Bolsonaro, além do senador Flávio Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e da deputada estadual Alana Passos. Esta notícia será atualizada com suas respostas à reportagem sobre o caso.

* Com informações do Tilt, portal UOL.

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Boicote fake ao facebook continua, segundo as grandes marcas anunciantes

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Eu expliquei na semana passada o que há por de trás da campanha das grandes marcas contra o Facebook, a empresa de Mark Zuckerberg. Esmiucei que há 70 bilhões de motivos, em dólar, para a desavença entre as partes.

Nesta terça-feira (7), os contendores voltaram a se reunir. De um lado os representantes das 460 marcas –agrupados na campanha “Stop Hate for Profit” (“Chega de ódio pelo lucro”)–, mas não chegaram a um acordo (valor).

Mark Zuckerberg, o dono do Facebook, não teria amolecido o coração e por isso a reunião foi infrutífera, qual seja, o boicote de anunciantes contra a rede social continua.

Segundo os ativistas, o Facebook não demonstrou sinais de comprometimento com ações supostamente para combater a disseminação de mensagens de ódio.

Ora bolas, carambolas. A sofisticação tecnológica atual é tal que um aplicativo de streaming como o Youtube consegue barrar problemas com direitos autorais com um simples filtro. Por que o Facebook não conseguiria frear mensagens de ódio com algo semelhante?

Logo, percebe-se que o desencontro entre marcas e Facebook é motivada por questões financeiras –não política ou raciais, embora esses problemas sejam bastante reais.

O que se pretende reafirmar aqui é que as grandes marcas internacionais, que são os maiores anunciantes, não estão combatendo o racismo e o preconceito. Pelo contrário. Elas estão usando o racismo para maximizar seus lucros e reestruturar sua política publicitária junto às redes sociais.

No Brasil, as empresas e governo usam a pandemia de coronavírus para se reestruturar [demitir funcionários] e tirar direitos da população. Portanto, o modus operandi é o mesmo das grandes marcas. Um horror, mas há quem ache tudo isso muito bonitinho…

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Saiba o que há por de trás da campanha de boicote ao Facebook

No Brasil, as empresas e governo usam a pandemia de coronavírus para se reestruturar [demitir funcionários] e tirar direitos da população. Mas nos Estados Unidos esse reestruturação se dá pelo viés politicamente correto, tirando verbas publicitárias do bilionário mercado.

A campanha “Stop Hate for Profit” (“Chega de ódio pelo lucro”), nascida nos EUA, também visa reestruturar os investimentos das companhias em publicidade. Se há um volume de dinheiro, coisa de US$ 70 bilhões para a propaganda, com o mercado em depressão, logo o preço dos “inventários” ou “espaços publicitários” também diminuiu. É aí que começa a briga…

Por de trás da campanha com algumas das maiores marcas do planeta, forçando o Facebook a adotar políticas mais rígidas de controle de discursos de ódio, há algo mais.

  • A saber:
  • Adidas
  • Coca-Cola
  • Ford
  • Honda
  • Levi’s
  • Microsoft
  • Mozilla
  • Pepsi
  • Puma
  • Reebok
  • Starbucks
  • Unilever
  • Vans
  • Best Buy
  • Clorox (Pinho Sol e Glad, entre outras marcas)
  • Constellation Brands (Corona)
  • Diageo (Johnnie Walker, Smirnoff e Guinness, entre outras marcas)
  • Dunkin’ Donuts
  • Edgewell (Banana Boat)
  • Henkel (Loctite)
  • Hershey Company
  • HP
  • Kellogg Company (Kellogs, Pringles e Corn Flakes, entre outras marcas)
  • Kimberly-Clark
  • Lego
  • Mars (Snickers, Uncle Bens, Pedigree e Whiskas, entre outras marcas)
  • Snapchat Molson Coors (cervejas Coors Light, Miller Lite e Blue Moon)
  • Patagônia
  • Pernod Ricard
  • Pfizer
  • The Body Shop
  • The North Face
  • Verizon
  • Volkswagen

O assassinato de George Floyd em uma abordagem policial por um oficial branco, há um mês, motivou as justíssimas manifestações por justiça racial nos Estados Unidos. No entanto, as grandes marcas se aproveitam desse triste episódio para ajustar as contas com o Facebook. Usa a temática politicamente correto para ganhar mais dinheiro.

O Blog do Esmael não morre de amores pelo Facebook, pelo contrário. Nossa página sempre foi um espaço crítico à empresa de Mark Zuckerberg, às fake news e os discursos de ódio. No entanto, como não somos caolhos, enxergamos nessa movimentação das grandes companhias uma grande reestruturação do mercado publicitário mundial.

O “boicote” dos maiores players publicitários é, usando uma expressão brasileira, “para inglês ver”. “Até o final do ano eles voltam”, estima Zuckerberg.

A expressão “para inglês ver” remonta ao período do Brasil colônia, quando os traficantes de escravos tentavam driblar os tratados contra o tráfico de escravos. A coroa portuguesa jurava ao império britânico que estava transportando “especiarias”, contudo, na verdade, era pessoas vindas da África para o trabalho forçado nesse hemisfério.

O “boicote” ao Facebook visa renegociar novos preços, pois, se se tratasse de rompimento, as maiores marcas do planeta se negariam a rediscutir suas campanhas “num ambiente de ódio” supostamente criado pela empresa de Zuckerberg.

As marcas falam em “fracasso” nas negociações com o Facebook. Ora, não se negocia com violador de direitos humanos fundamentais. Mas os grandes anunciantes continuam a negociar com o Facebook…

Para o Blog do Esmael, todo racista é um FDP.

Já o capitalismo, ora, o capitalismo, aproveita-se da desgraça humana para fazer mais dinheiro.

Ou você, caro leitor, acredita que há humanismo no capital?

Também acredita em papai Noel e coelhinho da Páscoa?