Os principais líderes dos caminhoneiros voltaram a falar ontem (3) sobre uma nova paralisação nacional, se o preço do diesel subir, como está previsto ocorrer nas bombas.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já disse que “vai ter” aumento no preço dos combustíveis em virtude do conflito entre Estados Unidos e Irã, que atinge todo o Oriente Médio.
“Conversei, aprofundamos a conversa e temos uma estratégia de como proceder no desenrolar dos fatos. A coisa que mais nos preocupa é uma possível alta do petróleo, que está em torno de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobrás também, a exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, o ataque de drones, em poucos dias voltou à normalidade, a gente espera agora também”, disse.
Após o ataque ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que matou o general iraniano Qassem Soleimani, no Iraque, os preços do petróleo subiram mais de 3,6% no mercado internacional.
LEIA TAMBÉM
Bolsonaro prepara aumento na gasolina, denuncia Gleisi
Preço do petróleo dispara após assassinato de general iraniano pelo EUA
Bolsonaro abandona Trump: governo não comentará morte de general iraniano
O que deflagra os abusivos aumentos nos combustíveis no Brasil é o atrelamento do petróleo nacional à cotação internacional do produto e a variação cambial do dólar. Isso se resolveria com decisão política, mas Jair Bolsonaro prefere deixar os especuladores mamarem às custas do povo brasileiro.
Os caminhoneiros não estão nem aí para o fetiche do presidente Bolsonaro, que se alinhou automaticamente à posição dos EUA de bombardear o Iraque e arrumar confusão com o Irã. Segundo eles, a conta não pode cair para os profissionais da estrada, que não suportam nenhum centavo a mais de reajuste no diesel.
Dedeco e Chorão, dois dos expoentes do movimento, pelo WhatsApp, avaliam que Bolsonaro foi frouxo durante seu governo ao permitir que os aumentos combustíveis fossem atrelados ao dólar e permitir que a Petrobras arrancasse o couro dos consumidores brasileiros.
Depõe contra os líderes dos caminhoneiros o fiasco da última greve, no último dia 16, mas o momento é outro, o reajuste é novo, e o estopim para o movimento também não é o mesmo.
LEIA TAMBÉM
Militares criticam posição de Bolsonaro sobre ataque a Bagdá
Deputados do PT, unânimes, repudiam ataque dos Estados Unidos
Trump autoriza novo ataque dos EUA e mais seis morrem no Iraque
EUA x Irã: Bolsonaro volta atrás e divulga nota sobre ataque no Iraque
EUA atacam aeroporto de Bagdá e matam principal líder militar do Irã
Ao vivo: 3ª Guerra Mundial batendo à porta; e agora, Bolsonaro?
Rússia condena assassinato de Soleimani pelos EUA e declara apoio ao Irã
Bolsonaro recruta soldados pela internet. Quem vai em tempo de ameaça de guerra?
EUA x Irã: conflito pode levar o mundo à 3ª Guerra Mundial?
Glenn Greenwald: ‘Governo dos EUA mata quem quer porque acredita ser dono do mundo’
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.