Câmara de Curitiba vai retomar cassação de Renato Freitas na sexta-feira

O vereador negro Renato Freitas (PT) será julgado novamente na sexta-feira, dia 5 de agosto, pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC).

O legislativo municipal curitibano levará ao plenário o projeto de cassação do mandato do parlamentar, que é acusado de quebra de decoro.

Freitas participou de uma manifestação contra o racismo, em fevereiro deste ano, quando populares entraram na Igreja Nossa Senhora dos Pretos, no Centro Histórico.

A manifestação era em repúdio ao assassinato do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho.

Para os inquisitores da CMC, Renato Freitas perturbou a ordem pública e isso deve ser punido com a perda do mandato de vereador.

O plenário havia cassado o mandato de Renato Freitas, porém, em 5 de julho, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) suspendeu os efeitos das sessões dos dias 21 e 22 de junho.

Economia

A desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, do TJPR, entendeu que a Câmara de Curitiba não cumpriu os prazos legais para marcar as sessões que cassaram o mandato de Freitas.

Devido à ilegalidade pretérita, a Câmara vai retomar esta semana a sessão de cassação numa tentativa de sanar o próprio vício.

O presidente muncipal do PT de Curitiba, Angelo Vanhoni, no entanto, vê nesse julgamento um ato de racismo da Câmara Municipal.

O dirigente petista convocou um protesto para sexta, às 9 horas, em frente à CMC.

– O Renato não cometeu crime algum. Está sendo perseguido pela sua combatividade, por ser negro, por representar a população periférica e os mais humildes – diz Vanhoni.

O dirigente petista ainda arremata dizendo conclamando:

– Vamos juntos dizer que o “Renato Fica” e que quem deve sair é o racismo!

Para Vanhoni, o vereador negro Renato Freitas é vítima de processo kafkiano na Câmara de Curitiba.

Primeira vereadora negra de Curitiba também está sob ameça de cassação na Câmara

Um raio pode cair no mesmo lugar?

A Câmara de Curitiba é uma prova de que sim.

Nem concluiu o processo de cassação do vereador negro Renato Freitas, o legislativo municipal curitibano já abriu um outro contra a primeira vereadora negra da Casa, Carol Dartora, também do PT.

Ela é acusada de uso indevido do veículo da Câmara.

Cartora disse que essa alegação é falsa e vê nesse processo uma tentativa de criminalizar sua atividade política e que os denunciantes são opositores declarados de pautas e do partido que ela representa.

Moral da história: a carne mais barata do mercado é a carne negra, como diz a letra da música.

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