Em uma reunião crucial realizada na segunda-feira, 16 de outubro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas viu-se diante de uma encruzilhada diplomática enquanto debatia uma resolução proposta pela Rússia em resposta ao contínuo conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Diante do impasse, o Brasil, que atualmente ocupa a presidência do Conselho, tomou a iniciativa de apresentar uma alternativa que promete um enfoque mais abrangente para uma resolução sustentável.
A proposta da delegação brasileira teve a votação adiada para esta quarta-feria (18/10).
A Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, inicialmente propôs uma resolução que foi marcada por um intenso debate.
A resolução russa não condenava explicitamente o Hamas por terrorismo, mas sim condenava atos terroristas em geral.
Além disso, pedia um cessar-fogo visando à proteção da população civil e à abertura de corredores humanitários, em um esforço para aliviar o sofrimento da população de Gaza.
A proposta contou com o apoio da representação palestina nas Nações Unidas, assim como de diversos países árabes, incluindo Egito e Jordânia.
Entretanto, a resolução russa esbarrou em obstáculos.
Os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e o Japão votaram contra a proposta, argumentando que a resolução não condenava o Hamas e não reconhecia o direito de autodefesa de Israel.
A embaixadora dos EUA no Conselho de Segurança, Linda Thomas-Greenfield, classificou a proposta russa como “indefensável”.
A China, por outro lado, justificou seu voto a favor da resolução russa com base na preocupação com a segurança dos civis e a rejeição do uso indiscriminado da força.
O Japão, por sua vez, votou contra a resolução russa não devido ao seu conteúdo, mas devido ao procedimento adotado pela Rússia, que não consultou os demais membros do conselho na elaboração do documento.
O Brasil, atualmente ocupando a presidência do Conselho de Segurança, decidiu apresentar uma alternativa à resolução russa.
A resolução brasileira condena explicitamente “violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo”, destacando os “ataques terroristas pelo Hamas” ocorridos em 7 de outubro, bem como o sequestro de reféns, demandando sua imediata soltura.
Além disso, o texto brasileiro insta Israel a revogar a ordem de evacuação da região norte da Faixa de Gaza e a permitir “pausas humanitárias” para permitir o acesso de agências da ONU.
A resolução também encoraja a criação de “corredores humanitários”.
A principal diferença entre a resolução brasileira e a russa reside na abordagem ao Hamas.
Enquanto a resolução russa não condenava explicitamente o grupo, a resolução brasileira destaca seus ataques como atos terroristas.
Além disso, a opção brasileira enfatiza “pausas humanitárias” em vez de um cessar-fogo, proporcionando uma abordagem mais detalhada para a proteção da população civil.
A resolução brasileira apela a todas as partes envolvidas no conflito a cumprir suas obrigações de acordo com o direito internacional, incluindo as normativas humanitárias e de direitos humanos.
Ela ressalta a importância de fornecer bens essenciais, como eletricidade, água, alimentos, medicamentos e combustível para a população, que tem sofrido com o cerco imposto por Israel a Gaza desde os ataques.
Além disso, a resolução brasileira enfatiza a necessidade de evitar uma ampliação do conflito na região e exorta todas as partes a exercer a máxima contenção.
O Brasil, ao apresentar esta resolução alternativa, demonstra um compromisso com uma abordagem equilibrada e compreensiva para lidar com o conflito em Gaza.
Com o destaque à natureza terrorista dos ataques do Hamas, a ênfase nas pausas humanitárias e o apelo à conformidade com o direito internacional, a resolução brasileira busca criar um caminho que possa obter o apoio necessário para uma solução duradoura.
A votação da resolução brasileira está agendada para hoje, às 19h, horário de Brasília.
À medida que o Conselho de Segurança da ONU enfrenta a pressão para encontrar uma resolução que promova a paz e a segurança na região, o Brasil busca liderar o caminho com uma proposta que visa a atender às necessidades de todas as partes envolvidas.
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