A presença de idosos entre mendigos nas ruas do Brasil é coisa rara, mas o presidente Jair Bolsonaro (PSL) quer com a reforma da previdência criar essa nova categoria de pedintes e miseráveis.
A política pública de proteção à terceira idade, prevista na Constituição e no Estatuto do Idoso, tutela a velhice dos abutres do mercado. No entanto, o fim da previdência social visa vulnerabilizar a ancianidade.
Aposentados, pensionistas (viúvos), trabalhador rural e beneficiários continuados da seguridade social seriam os mais atingidos pela proposta de Bolsonaro, qual seja, perderiam um salário mínimo que lhes garante a velhice um pouco mais digna.
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Pela reforma da previdência de Bolsonaro, a aposentadoria só seria possível se cidadão contribuísse por conta e risco (sistema de capitalização), sem a contrapartida da empresa e do governo, por 40 anos seguidos ou pela idade mínima de 65 anos.
O diabo é que na seguridade (pensões e benefícios, a exemplo do auxílio-doença), o idoso urbano e rural poderá receber menos que um salário mínimo.
Sem condições de prover sua família e a si próprio, muito provavelmente, esses idosos irão para as ruas em busca de seu sustento por meio de mendicância.
Note o caríssimo leitor que a maioria dos idosos é arrimo de família, isto é, responsável pelo sustento do núcleo familiar Brasil afora.
Triste o país que não cuida de seus velhos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.