Bolsonaro transformou PSL no partido mais odiado do País, diz Ibope

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu a façanha em, apenas 10 meses, transformar o PSL no partido mais odiado do Brasil. A informação é do Ibope, que divulgou uma pesquisa nesta quinta-feira (31). No Nordeste, a rejeição à legenda do laranjal chega a incríveis 62%, garante o instituto.

No levantamento do Ibope, Bolsonaro comporta-se como “Midas às avessas” –compara o PT, principal partido de oposição que já entrou no aquecimento para voltar ao poder. Porém, explicam os petistas, ao contrário do rei da mitologia grega que transformava em ouro tudo que tocasse com as mãos, o impopular presidente chega ao seu 11º mês no comando do país especializado em criar novas crises com um simples “toque” ou declaração.

“Para além dos graves problemas sócio-estruturais gerados desde que assumiu o poder, o mandatário da nação acaba de conseguir uma façanha que parecia improvável há um ano: fazer do PSL o partido mais rejeitado do Brasil”, afirma o PT, corroborando os números do Ibope.

A crescente falta de credibilidade da legenda – alçada ao poder capitaneada pela produção criminosa de fake news e protagonista do “laranjal” – foi comprovada pela mais recente pesquisa do Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira (31): 50% dos brasileiros não votariam no PSL de jeito nenhum. O resultado aparece menos de um mês após Bolsonaro declarar a um apoiador, no dia 8 de outubro, que Luciano Bivar, presidente do partido, estava “queimado pra caramba”, e dar início ao racha no PSL.

Ainda que uma pequena parte dos bolsonaristas defenda seu “mito” a qualquer custo, é evidente que o estrago já foi feito e deve se estender até as eleições municipais de 2020 – o partido tem como meta para o ano que vem ampliar de maneira aguda sua influência nas cidades brasileiras. Portanto, a pesquisa mostra que tal tarefa parece cada vez mais distante de se concretizar.

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Se o pleito fosse hoje, por exemplo, o PSL seria massacrado pelo Nordeste. Na região, novamente segundo o Ibope, a rejeição ao partido é ainda maior que no restante país: 62% do eleitorado nordestino afirma que não votaria no PSL de jeito nenhum.

Trata-se, de certa forma, de uma repetição do cenário visto durante o pleito de 2018, quando Bolsonaro foi rejeitado por 7 em cada 10 eleitores do Nordeste. É bom lembrar que não é só o descontrolado presidente que perderá com o aumento da rejeição: Luciano Bivar, presidente do partido, tem tem sua base eleitoral individual em Pernambuco.

Por outro lado, é no Nordeste também que o PT mantém a simpatia da maioria dos oposicionistas: 42% dos que desaprovam a gestão Bolsonaro votariam num candidato petista com certeza, e outros 28% poderiam votar.

Discurso de ódio como mantra

A falência do partido, antes mesmo de a pesquisa ser publicada, já vinha dando sinais de que o núcleo duro do bolsonarismo aumentaria os ataques contra tudo e contra todos afim de manter a imagem do presidente à margem da crise. Com isso, tentam também tirar o foco dos incontáveis problemas gerados pelo governo.

Na visão do historiador Rodrigo Vianna a tendência é o acirramento no discurso ficar ainda pior – como na repudiante declaração de Eduardo Bolsonaro sobre a possibilidade de criar “um novo AI-5”.

“É por isso que os milicianos começam a arreganhar os dentes. Levaram no voto em 2018. A partir de agora, vão se agarrar ao poder a qualquer custo. Se precisar de ditadura, os Bolsonaros estão dispostos à aventura”, resumiu no Twitter o jornalista e historiador, Rodrigo Vianna.

Com informações da Agência PT de Notícias.