Uma reportagem do UOL, nesta segunda-feira (15/3), aponta que o presidente Jair Bolsonaro também foi beneficiado pelo esquema de rachadinhas na Câmara dos Deputados.
Segundo caderno especial publicado pelo portal do Grupo Folha, quatro funcionários que trabalharam para Jair Bolsonaro na Câmara retiraram 72% de seus salários em dinheiro vivo. Eles receberam R$ 764 mil líquidos, entre salários e benefícios, e sacaram um total de R$ 551 mil em espécie.
O UOL afirma que identificou os saques ao verificar documentos e quebras de sigilos bancário e fiscal da investigação do “escândalo da rachadinha”. Os dados financeiros abrangem 12 anos, de 2007 a 2018, período em que esses assessores foram nomeados tanto para o gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) quanto para o de Jair. Dessa forma, justifica o site, é possível saber como movimentaram o contracheque da Câmara dos Deputados.
A reportagem de Amanda Rossi, Flávio Costa, Gabriela Sá Pessoa e Juliana Dal Piva sustenta que as operações em dinheiro vivo realizadas pelo quarteto –funcionários de Jair, Carlos e Flávio Bolsonaro– são um indício de que a prática ilegal de devolução de salários de assessores também ocorreu no gabinete de Jair Bolsonaro, quando ele exerceu o mandato de deputado federal.
O UOL disse que teve acesso às quebras de sigilo em setembro de 2020, quando ainda não havia uma decisão judicial contestando a legalidade da determinação da Justiça fluminense, e veio, desde então, analisando meticulosamente as 607.552 operações bancárias distribuídas em 100 planilhas -uma para cada um dos suspeitos.
O presidente Jair Bolsonaro foi deputado federal durante 28 longos anos, entre 1991 e 2019, antes de virar inquilino do Palácio do Planalto.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.