Bolsonaro quer acabar com as maquininhas amarelas da Folha

No bate-boca surgindo com o editorial “Jair Rousseff”, da Folha de S. Paulo, aflorou no debate que o jornalão na verdade é um bancão. As maquinhas amarelas da PagSeguro Digital –PagBank– é o negócio mais rentável dos Frias (donos do veículo).

Além disso, veio à tona o debate de que a Folha há muito deixou de fazer negócios porque virou uma instituição financeira que vive da especulação. Atua em nome dos acionistas em detrimento dos interesses do Brasil.

Pois bem, um bolsonarista com acesso fácil ao terceiro andar do Palácio do Planalto disse ao Blog do Esmael que o presidente da República pretende sufocar economicamente a Folha. A exemplo que fez com a Globo, com a MP do Futebol, Bolsonaro quer acabar com a farra das maquinhas nos pagamentos e transferências eletrônicas.

Segundo a fonte palaciana, a ideia de Bolsonaro é retomar o projeto que autoriza a entrada do WhatsApp no trilionário mercado de pagamentos online.

Em junho passado, o aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, assustou os bancos brasileiros, que decidiram abandonar o sistema nas vésperas de seu lançamento.

O WhatsApp quer permitir transações financeiras pelo aplicativo de mensagens e que a estreia global do serviço seria no Brasil. O aplicativo pertence ao americano Mark Zuckerberg, dono do Facebook.

Economia

O serviço de transações financeiras via aplicativo WhatsApp pode angariar cerca de 50 milhões de clientes brasileiros, estimam os especialistas.

Para leitor ter uma ideia do que estamos falando, os meios eletrônicos de pagamento movimentaram R$ 2 trilhões em 2019. Em virtude da pandemia de coronavírus, neste ano, esse volume de transações online poderá ter crescimento de até 20%.

A maquininha PagSeguro Digital, do grupo UOL/Folha, no primeiro trimestre de 2020 teve lucro de R$ 356 milhões em plena pandemia do novo coronavírus.

A PagSeguro PagBank atua no mercado de ações. É uma subsidiária do grupo UOL que atua como S/A, na bolsa de valores.

Ainda no final de junho, o Banco Central suspendeu a estreia do WhatsApp no serviço de pagamentos e transferências bancárias. Na época, a autoridade monetária [leia-se ministro Paulo Guedes] alegou que a solução não pode operar sem uma autorização prévia para não comprometer a concorrência do sistema de pagamentos brasileiro.

“O presidente Jair Bolsonaro vai fazer isso funcionar. O WhatsApp vai quebrar as maquinhas, deixará esse serviço do PagSeguro obsoleto”, afirma a fonte próxima ao presidente.

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Bolsonaro engole o debate e a oposição

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem engolido sistematicamente o debate e a oposição, de uma forma geral, desviando de assuntos de maior relevância. Num momento em que o país coleciona 115 mil mortes e 3,6 milhões de casos de covid-19, bem como sofre uma depressão econômica e soma 80 milhões de brasileiros desempregados.

Bolsonaro já ganhou o embate acerca da pandemia do novo coronavírus porque, até agora, a oposição e a velha mídia se recusaram a debater o tema quente: a questão econômica.

Interessa e muito ao governo, à mídia e ao sistema financeiro desviar dos abacaxis do mundo real.

Não que a ameaça de agressão ao repórter não mereça a atenção de todos. Merece e tem a nossa fraternal solidariedade.

Jair Bolsonaro é reincidente. Já mandou jornalistas que cobriam o Palácio da Alvorada a calarem a boca, porém é esse tipo de baixaria que interessa aos barões da mídia e ao presidente da República.

Note o caro leitor que essa pauta de bate-boca não interessa ao repórter, a princípio. Interessa ao patrão dele, que ajuda camuflar a triste realidade do país.

Voltamos a frisar: o Brasil tem 80 milhões de desempregados, desalentados, uberizados, pejotizados, informalizados, semiescravizados, etc. Isso representa 50% da população economicamente ativa (PEA). Uma tragédia mundial. Mas, nem Bolsonaro nem a velha mídia querem discutir isso.

A oposição, pelo visto, é arrastada pelo efeito gravitacional. Ela é atraída ao centro do que é menos necessário para a nação.