Bolsonaro protocola no Senado pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes do STF

Ao menos nesse quesito, Bolsonaro cumpriu a palavra ao protocolar pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator na corte do inquérito das milícias digitais.

O envio do pedido de impeachment ocorreu nesta sexta-feira (20/08) após Bolsonaro ser incluído como investigado no inquérito das fake news, a pedido, por unanimidade, dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro elevou o tom contra as cortes superiores durante a formulação do pedido pelo TSE, mas agora ele trucou para 12 com a protocolização do impeachment no Senado.

Com 19 páginas mais anexos (102, no total), assinado por Bolsonaro e pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, o pedido de impeachment alcança somente Moraes.

“Não se pode tolerar medidas e decisões excepcionais de um Ministro do Supremo Tribunal Federal que, a pretexto de proteger o direito, vem ruindo com os pilares do Estado Democrático de Direito. Ele prometeu a essa Casa e ao povo brasileiro proteger as liberdades individuais, mas vem, na prática, censurando jornalistas e cometendo abusos contra o Presidente da República e contra cidadãos que vêm tendo seus bens apreendidos e suas liberdades de expressão e de pensamento tolhidas”, diz um trecho do documento de Bolsonaro.

O presidente da República alega que não pratiquei nenhum delito, não violou a lei, e não atentou contra a Constituição Federal. “Na verdade, exerci o meu direito fundamental de liberdade de pensamento, que é perfeitamente compatível com o cargo de Presidente da República e com o debate político.”

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“Entendo que os membros dos Poderes devam participar ativamente do debate político e tolerar críticas, ainda que duras e incomodas. Eu, como Presidente da República, sou diariamente ofendido nas redes sociais, sofro ameaças à minha integridade física a todo tempo e, como regra, tolero esses abusos por compreender que minha posição, como agente político central do Estado brasileiro, está sujeita a tais intempéries”, afirma Bolsonaro.

No pedido, Bolsonaro abre fogo dizendo que os atos recentemente praticados, especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, transbordam os limites republicanos aceitáveis. “Sua Excelência não tem a indispensável imparcialidade para o julgamento dos atos deste Presidente da República. Não fosse isso, o referido Ministro comporta-se de forma incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções, ao descumprir compromissos firmados ao tempo da sabatina realizada perante o Senado Federal”, dispara.

Para ferver ainda mais o k-suco em Brasília, o agitador Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, continua preso por determinação de Moraes. E, nesta sexta-feira (20/08), também por decisão de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal realizou operação nos endereços do cantor Sérgio Reis e do deputado Bolsonarista Otoni de Paula (PSL-RJ).

Assim como o presidente da Câmara é responsável pela abertura de impeachment contra o presidente da República, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, tem o poder discricionário de aceitar ou não o pedido de impeachment de ministros do STF.

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