Bolsonaro propõe salário mínimo de R$ 1.169 enquanto DIEESE diz que valor deveria ser R$ 5.500

Diabólico, o governo do presidente Jair Bolsonaro prevê elevar o salário mínimo para R$ 1.169 no próximo ano. O projeto da lei orçamentária de 2022, enviado hoje (31/08) ao Congresso Nacional, indica R$ 22 mais alto que o valor de R$ 1.147 aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Um horror, pois esse valor não atende às necessidades básicas de uma família brasileira.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal subiu para R$ 5.351,11 em maio de 2021, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em abril, o valor havia sido de R$ 5.330,69. Projetando a inflação deste ano, o salário mínimo deveria ser ao menos de R$ 5.500,00 em 2022.

O salário mínimo nacional ideal é cinco vezes superior ao piso nacional vigente, de R$ 1.100. Para chegar ao valor, o DIEESE calcula o gasto necessário para sustento de uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, com base na cesta de alimentos mais cara do país.

O governo Bolsonaro descumpre mais uma vez a Constituição, pois ela determina a manutenção do poder de compra do salário mínimo.

Os brasileiros sabem mais do que ninguém que os preços dispararam no mercado, no açougue e os combustíveis subiram na ordem de 30% só este ano. O litro da gasolina bateu os R$ 7, por exemplo.

Sobre o DIEESE

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) é uma entidade criada e mantida pelo movimento sindical brasileiro. Foi fundado em 1955, com o objetivo de desenvolver pesquisas que subsidiassem as demandas dos trabalhadores.

Economia

Sindicatos, federações, confederações de trabalhadores e centrais sindicais são filiados ao DIEESE e fazem parte da direção da entidade. Atualmente, são cerca de 700 associados.

Ao longo dos mais de 60 anos de história, o DIEESE conquistou credibilidade e reconhecimento nacional e internacional como instituição que desenvolve pesquisa, assessoria e educação voltadas para os dirigentes e assessores das entidades sindicais e os trabalhadores. Graças a um trabalho que beneficia a toda a sociedade, é reconhecido como instituição de utilidade pública.

O DIEESE possui 17 escritórios regionais, cerca de 50 subseções (unidades dentro de entidades sindicais) e atualmente dois observatórios do trabalho (divisões que funcionam dentro de prefeituras, governos estaduais, para subsidiar o poder público com pesquisas e análises).

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