Bolsonaro lidera aglomeração antidemocrática em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro lidera neste domingo (24) mais uma aglomeração antidemocrática, após a divulgação de vídeos da reunião ministerial, ocorrida no dia 22 de abril.

Por volta das 11h20, o presidente, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o deputado federal Hélio Negão embarcaram em um helicóptero no Palácio da Alvorada e desembarcaram na Esplanada.

Ao meio-dia, Bolsonaro começou a percorrer um trajeto a pé para cumprimentar os apoiadores. Estava cercado de seguranças, ministros e deputados.

Ostentando bandeiras do Brasil e faixas com mensagens que enaltecem o presidente, os manifestantes saíram em carreata e se concentraram na Praça dos Três Poderes. A Polícia Militar acompanha a manifestação.

Alguns apoiadores não usam a máscara de proteção recomendada pelas autoridades de saúde. O uso do item que evita a propagação do novo coronavírus se tornou obrigatório no Distrito Federal e a multa pode chegar a R$ 2 mil.

O presidente chegou de máscara, mas a retirou enquanto acenava e cumprimentava os apoiadores que estão na Praça dos Três Poderes. Entre as placas que os manifestantes seguram, algumas frases como: “Supremo é povo” e “Guedes tem razão”, em referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Bolsonaro é alvo de um inquérito que também envolve o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O ex-ministro deixou o pasta no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.

Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.

No último dia 12, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. O ministro do STF Celso de Mello atendeu ao pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo. As imagens foram divulgadas na sexta (22/05).

ASSISTA AOS VÍDEOS:

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Domingo, 24 de maio de 2020

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Domingo, 24 de maio de 2020

Com informações do Metrópoles

Datena confirma que abandonou o barco de Bolsonaro; assista

O jornalista José Luiz Datena, apresentador do Brasil Urgente, da Band, tomou duas decisões importantes nas últimas horas que poderão impactar sua vida, o destino do município de São Paulo e a a sorte do presidente Jair Bolsonaro.

Datena chutou o pau da barraca ao vivo nesta sexta-feira, dia 22 de maio, após o ministro do STF Celso Mello autorizar o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

O motivo do rompimento seria a fala do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que na reunião ministerial reclama com Bolsonaro dizendo que está com “problema de narrativa”. “Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei”.

“Depois dessa fita, me permito deixar a Band escolher outros repórteres e apresentadores entrevistarem o presidente da República”, afirmou apresentador Detena, explicitando que não entrevistaria mais Bolsonaro.

“Ele vai ter que falar quem da Band queria dinheiro. Vai ter que provar isso ai”, disse Datena, se referindo ao presidente da Caixa.

Considerado bolsonarista convicto, Datena ainda perguntou por que Bolsonaro não mandou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, “calar a boca” quando ele disse que deveriam mandar os ministros do STF para a cadeia.

O apresentador ainda afirmou que Guimarães deveria apontar quem pediu dinheiro e se deu dinheiro a alguém. “Se você deu dinheiro para alguém aqui da Band, Pedro, você indique para quem você deu, que com certeza essa pessoa vai ser demitida, se não foi uma coisa legal, se não foi mídia técnica. E do jeito que você colocou tem dúbia interpretação. Ou você prevaricou e o Bolsonaro devia te mandar embora hoje”.

‌No vídeo da reunião, que teve o sigilo derrubado pelo ministro do Celso de Mello, Bolsonaro prega o armamento da população, xinga governadores de São Paulo e do Rio, esculhamba o prefeito de Manaus, e admite que tentou interferir na Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Então, vamos resumir esse nhenhenhém da seguinte forma:

  1. Datena abandonou o barco bolsonarista;
  2. O apresentador da Band não disputará a Prefeitura de São Paulo em 2020; e
  3. Datena tende a engrossar o movimento pelo impeachment de Bolsonaro‌.