Após o fracasso da militarização do Ministério da Saúde, sob o comando do general Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro já procura um nome para ocupar a pasta, que segue sem um titular e especialista na área há quase dois meses.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, o general pode voltar a ser o 02 do ministério, posto que ocupava na gestão de Nelson Teich.
Desde o início da pandemia, o Brasil teve duas baixas na direção do ministério. A primeira foi a do ortopedista e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro após embates sobre as políticas que o governo federal deveria adotar no combate ao coronavírus.
A outra foi a do oncologista Nelson Teich, que se demitiu também por desentendimentos com o presidente, principalmente sobre as medidas de isolamento social e do uso da cloroquina no tratamento da doença.
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A gestão de Pazuello foi marcada pela militarização do ministério da Saúde e por uma atuação alinhada com negacionismo do presidente sobre os riscos da pandemia do novo coronavírus.
Sob a direção de Pazuello, o Ministério da Saúde passou a atrasar a divulgação de boletins sobre a pandemia, além de ocultar informações sobre a quantidade total de casos e de óbitos acumulados do coronavírus. O interino também ignorou, de forma irresponsável, os protocolos e as recomedações científicas e sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outros organismos e especialistas.
Mandetta prepara livro sobre bastidores da Saúde no governo Bolsonaro
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta prepara um livro sobre os bastidores de sua saída do governo Bolsonaro, que ocorreu durante o período inicial de expansão da pandemia de coronavírus no país.
Mandetta (DEM-MS) pretende lançar em agosto o livro sobre sua passagem pelo governo. “Tem umas histórias boas”, disse ele em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo.
Mandetta disse estar apreensivo com a forma pela qual o Brasil está lidando com a Covid-19. Segundo ele, que relatou ter visto recentemente “pessoas dançando na calçada, música ao vivo, sem máscaras”, quando passava em frente a um bar, “os brasileiros jogaram a toalha”.
Para o ex-ministro, o governo Bolsonaro naturalizou as milhares de mortes em decorrência da pandemia. “O brasileiro médio já se acostumou com quatro ou cinco aviões caindo todos os dias”, declarou Mandetta.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.