O veterano jornalista curitibano Valdir Cruz, professor e especialista em Filosofia Contemporânea, afirma em seu perfil no Facebook que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) obriga o jornalismo se reinventar.
Ele disse que Bolsonaro mantém uma relação com meios de comunicação baseada na mentira, nas chacotas, na grosseria e na religiosidade exacerbada.
“Assim, a Venezuela derramou petróleo na nossa costa, Leonardo do Caprio pôs fogo na Amazônia entre outras estultices”, escreve.
Valdir Cruz ensina que o jornalista de hoje, a exemplo de antigamente, precisa conferir dados com mais fontes. Ele cita os casos das fake news sobre o PIB e as vendas do Natal, que envergonharam alguns profissionais da imprensa brasileira porque foram desmentidos até por jornais estrangeiros.
“De agora em diante não basta sair da sala do ministro Sérgio Moro e correr para a redação e digitar a reportagem”, cobra ao demonizar a informação de fonte única.
Segundo Cruz, em algumas coletivas da lava jato não havia questionamentos e os entrevistados inclusive eram aplaudidos.
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Leia a íntegra da crítica do professor Valdir José Cruz:
Bolsonaro faz o jornalismo se reinventar
Há anos, a imprensa vive de informação de fonte única. O jornalista entrevista uma autoridade, um empresário ou um desportista e já tem seu material pronto.
Vai numa coletiva, como as da lava jato, e aceita as informações repassadas sem qualquer questionamento. Em alguns casos, até aplaude os entrevistados.
Bolsonaro inaugurou uma nova relação com a mídia. Uma relação baseada na mentira, nas chacotas, na grosseria e na religiosidade exacerbada.
Assim, a Venezuela derramou petróleo na nossa costa, Leonardo do Caprio pôs fogo na Amazônia entre outras estultices.
Mas as informações que deveriam ser sérias não são. O crescimento da PIB foi uma mentira desmascarada pela jornal inglês “Financial Times”, o crescimento das vendas de Natal foi outro “migué” que se aplicou nós jornalistas. O mesmo se deu no índice de redução de homicídios.
Nada do que o governo diz é verdade. De agora em diante não basta sair da sala do ministro Sérgio Moro e correr para a redação e digitar a reportagem. É preciso ter mais fontes, como antigamente éramos obrigados a ter nossa própria agenda. É necessário conferir os dados passados pelas autoridades com mais profissionais, com mais gente balizada…
Se não fizer isso, publica-se fake news de interesses alheios e envergonha o jornalismo…
Pensem nisso…
Ou vire porta-voz de gente maluca e mal intencionada…
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.