Bolsonaro entrega governo para pastores evangélicos

O presidente Jair Bolsonaro entregou governo para alguns pastores evangélicos.

– Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo ‘nós’ porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem – disse o mandatário nesta terça-feira (08/03) em evento com lideranças evangélicas.

O encontro que simbolizou a “entrega” do governo para alguns evangélicos ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Ao dizer que dirige a nação para o lado que os pastores desejarem, Bolsonaro rasgou o princípio da laicidade previsto na Constituição (Art. 5º, inciso VI).

O controverso pastor Silas Malafaia foi quem organizou a manifestação favorável a Bolsonaro e contrária ao PT.

– Essa gente que quer governar o país? Deus nos livre disso – disse o religioso, em referência aos petistas e à possibilidade de volta de Lula.

Economia

Malafaia apelou para o perigo do comunismo chinês para defender a permanência de Bolsonaro.

– O que está em jogo neste país não é paixão política. O que está em jogo é nossa nação. Querem entregar o Brasil para a China – discursou o pastor.

No evento de hoje, Bolsonaro lembrou que emplacou um ministro “terrivelmente evangélico” no Supremo Tribunal Federal.

– Hoje nós temos alguém dentro do STF que tem Deus no coração – disse em alusão ao ministro André Mendonça.

Bolsonaro também capitalizou o status de evangélico do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

– Quem esperava um dia no Ministério da Educação termos um pastor evangélico, como o Milton aqui do nosso lado?

Em um momento piegas, o presidente chorou na fala do apóstolo César Augusto, que lembrou da facada em 2018.

– Este homem, Deus o levantou. E nós estamos aqui para sustentá-lo em orações – disse.

O ex-presidente Lula lidera as pesquisas de intenção de votos e busca uma reaproximação dos evangélico por meio do pastor Paulo Marcelo Schallenberger.

Os institutos de pesquisas apontaram virada do petista entre os evangélicos.