Bolsonaro embarca nesta quinta para visita oficial à Índia

Indianos protestam contra a presença de Bolsonaro nas comemorações do Dia da República.
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) embarca, na manhã de hoje (23), para a Índia, onde é convidado especial para as celebrações do Dia da República, no próximo domingo (26). A viagem deve incluir a assinatura de pelo menos dez acordos bilaterais, em áreas como segurança cibernética, bioenergia e saúde. A previsão é que o avião presidencial chegue a Nova Delhi por volta das 16h desta sexta-feira (24), horário local, sem compromissos oficiais previstos.

No dia seguinte (25), o presidente brasileiro cumpre agenda com protocolo de visita de Estado, que inclui reuniões com o presidente indiano, Ram Nath Kovind, e o primeiro-ministro e chefe de governo do país Narendra Modi, para assinatura de acordos entre os dois países, além de uma declaração à imprensa. Também está programada, no mesmo dia, uma visita ao Memorial em homenagem ao pacifista indiano Mahatma Gandhi. No domingo (26), Bolsonaro participará das comemorações do Dia da República da Índia.

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No dia 27, também em Nova Delhi, Bolsonaro participa de café da manhã com empresários indianos para apresentar oportunidades de negócios no Brasil, com foco em investimentos no setor de infraestrutura. Depois, haverá um seminário entre empresários dos dois países. Na sequência, a comitiva brasileira embarca para Agra, cidade que abriga o famoso mausoléu Taj Mahal, um dos principais monumentos da Índia. Será o último compromisso oficial de Bolsonaro no país asiático. Depois disso, ele embarca de volta ao Brasil, onde deve chegar na terça-feira (28), ainda sem previsão de horário. .

Economia

A comitiva de Bolsonaro é formada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Teresa Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o secretário da Pesca, Jorge Seif, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Sem Partido-SP) e o deputado federal Filipe Barros (Sem Partido-PR) também acompanham o presidente.

Protestos
Produtores rurais indianos lançaram, no último final de semana, uma campanha contra a presença Bolsonaro nas comemorações do Dia da República da Índia.

A ação #GoBackBolsonaro (em português, “vá embora, Bolsonaro”) foi lançada pela Federação de Produtores de Cana-de-Açúcar da Índia e tem apoio da All India Kisan Sabha, maior organização de camponeses do país, fundada em 1936.

O protesto dos camponeses indianos tem motivações políticas e econômicas.

A federação afirma que Bolsonaro “adere a uma ideologia de extrema direita” e é “cada vez mais autoritário”.

“Testemunhamos suas políticas destrutivas e exploradoras no Brasil, incluindo a abertura de portas para a espoliação corporativa da floresta amazônica”, diz a nota da entidade de lançamento da campanha.

Do ponto de vista econômico, os agricultores indianos afirmam que a postura do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC) afeta diretamente seus meios de subsistência.

Brasil, Austrália e Guatemala questionaram, na OMC, as medidas protecionistas do governo indiano para beneficiar os produtores de cana-de-açúcar. O argumento é que o subsídio concedido pela Índia excederia o limite permitido internacionalmente. Por outro lado, os camponeses afirmam que a base de cálculo usada por esses países considera os valores de importação e exportação da década de 1980, ignorando a inflação do período.

Vistos
Bolsonaro não deve anunciar durante a viagem a isenção de visto de entrada para turistas indianos. Isso porque ainda estão em andamento estudos que permitam viabilizar a medida, segundo o governo.

No ano passado, o Brasil isentou de visto de entrada os turistas provenientes de Japão, da Austrália, do Canadá e dos Estados Unidos. A medida foi tomada sem que houvesse reciprocidade desses países em relação aos turistas brasileiros.

Com informações da Agência Brasil e Brasil de Fato.