Bolsonaro é eleito ‘Pessoa Corrupta do Ano de 2020’ por organização internacional

Deu ruim para o presidente Jair Bolsonaro. Nas vésperas da virada do ano, ele foi eleito a ‘Pessoa Corrupta do Ano de 2020’ pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP). A plataforma de jornalismo investigativo e independente analisa e reporta casos de crime organizado e corrupção em países da Europa Oriental, Ásia Central e América Central.

Em setembro passado, o Blog do Esmael já havia escolhido Bolsonaro como ‘O Mentiroso do Ano de 2020’. O troféu Pinóquio de Ouro conquistado pelo mandatário teve repercussão na mídia nacional.

“Eleito após o escândalo ‘Lava Jato’ como candidato anticorrupção, Bolsonaro se cercou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, minou o sistema de justiça e travou uma guerra destrutiva contra a Amazônia”, descreveu o site oficial da organização como justificativa para o título de ‘Pessoa Corrupta do Ano de 2020’ para o presidente brasileiro.

Segundo o texto do OCCRP, Bolsonaro venceu ‘por pouco outros dois líderes populistas’. Seriam eles Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia. “Ambos os finalistas também lucraram com a propaganda, minaram as instituições democráticas em seus países, politizaram seus sistemas de Justiça, rejeitaram acordos multilaterais, recompensaram círculos internos corruptos e moveram seus países da lei e da ordem democráticas para a autocracia”.

Ainda são citadas as ligações de Bolsonaro com pessoas acusadas de participação em esquemas de desvio de dinheiro, como seu filho, o senador Flávio Bolsonaro e o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella.

O senador Flávio Bolsonaro foi denunciado no dia 4 de novembro pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A acusação é de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Para o órgão, Flávio era o líder, na época em que foi deputado estadual, de uma organização criminosa que coletava parte dos salários de funcionários do parlamentar.

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Já Crivella, segundo acusação do MPRJ, integrava uma organização criminosa que recebia propinas de empresas que tinham valores a receber da prefeitura. Ele foi preso no último dia 22.

“Quando personalidades dos órgãos jurídicos e anticorrupção do país investigaram seu filho Flávio, Bolsonaro tentou minar as investigações mudando o chefe da Polícia Federal”, diz a plataforma. A suposta interferência na PF, com a exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral do órgão, foi motivo de conflito entre o presidente e o então ministro da Justiça Sergio Moro, que deixou o cargo em abril deste ano.

“A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados ​​de roubar do povo”, declarou o editor da OCCRP, Drew Sullivan, no texto.

Já receberam o título de ‘Pessoa Corrupta do Ano’ pela organização nomes como Nicolás Maduro (2016) e Vladimir Putin (2014).