Bolsonaro confisca 6 milhões de doses de vacina do Butantan, após compra frustrada da Índia

O presidente Jair Bolsonaro cumpriu a promessa de confiscar a produção de vacina do Instituto Butantan. A ação do mandatário ocorreu depois que bateu na trave a compra de 2 milhões de doses do imunizante da Índia.

Em ofício ao órgão, em São Paulo, o Ministério da Saúde enviou pediu a entrega “imediata” de 6 milhões de doses importadas da vacina contra a Covid-19.

O documento é assinado pelo diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, e endereçado ao diretor do instituto, Dimas Covas.

“Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”, diz o documento.

“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid–19”, acrescenta o ministério.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sem citar no nome de Bolsonaro, disse que “eles” estão sabotando recomendações da saúde e que o governo age para salvar vidas.

Economia

“Desde o início da pandemia, eles estão sabotando recomendações da saúde. Não vamos esperar que o pior aconteça em SP. Estamos agindo desde já para salvar vidas e evitar o colapso do sistema de saúde”, escreveu o tucano no Twitter.

Procurado, o Instituto Butantan respondeu que recebeu o ofício e perguntou ao ministério qual quantitativo será destinado ao estado de São Paulo.

“Para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é praxe que uma parte das doses permaneça em São Paulo, estado mais populoso do Brasil. Isso acontece, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. Portanto, o instituto aguarda manifestação do Ministério também em relação às doses da vacina contra o novo coronavírus”, acrescentou o Butantan.