Bolsonaro “comunista” vira principal ‘cabo eleitoral’ do PCdoB em Londrina (PR)

O sociólogo Márcio Sanches vai disputar pela primeira vez a eleição de prefeito de Londrina, Norte do Paraná, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Na eleição de 15 de novembro, de acordo com o TSE, onze candidatos disputarão a prefeitura do município de 575 mil habitantes, a segunda maior do Paraná.

Sanches disse em entrevista ao Blog do Esmael que, nos debates, irá transformar o presidente Jair Bolsonaro em seu principal ‘cabo eleitoral’. Ele explica como.

“Dos 11 candidatos a prefeito de Londrina, todos ou apoiam Bolsonaro ou não lhe fazem oposição. Então, só sobrou a candidatura do PCdoB. Nós vamos usar a força reversa, utilizar o antibolsonarismo como plataforma de nossa campanha”, afirmou Márcio Sanches, que também é publicitário.

Ex-líder estudantil, Sanches, de 47 anos, presidiu a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) e a União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (ULES) nos anos 90.

A tática eleitoral do candidato do PCdoB em Londrina parece ser a mesma adotada por Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo.

Boulos espera chegar ao segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo surfando na rejeição de 47% do presidente Jair Bolsonaro entre os paulistanos.

Economia

Na manhã desta segunda-feira (21), por exemplo, Boulos rebateu pelo Twitter a declaração de Bolsonaro segundo qual a visita do secretário de Estado Mike Pompeo ao Brasil representa o alinhamento com os Estados Unidos.

“Sinônimos de “alinhados na busca do bem comum”: “capacho”, “lambe botas”, “lesa pátria”, “entreguismo”. Para mais informações, ver verbete: “subserviência””, disparou Guilherme Boulos, demarcando com o presidente.

O que Márcio Sanches e Guilherme Boulos têm em comum, além do fato de serem de esquerda, é a inteligência de nacionalizar a disputa pelas respectivas prefeituras. Eles teriam menos chances de vencer se mirassem apenas no esgoto a céu aberto.

Senado retoma hoje sessões presenciais depois de seis meses

O Senado terá deliberações presenciais pela primeira vez desde o mês de março, quando todas as sessões passaram a ser remotas. Esta semana, as comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Relações Exteriores (CRE) vão sabatinar e votar nomes indicados para cargos em tribunais e embaixadas, e em seguida o Plenário tomará as decisões finais.

A última atividade presencial dentro do Senado aconteceu no dia 17 de março. Foi uma reunião da comissão mista que analisava a medida provisória (MP) 905/2019, que estabelecia uma nova modalidade de contrato de trabalho. Na ocasião, os parlamentares aprovaram o parecer da comissão a favor da proposta.

Nesta segunda-feira (21), a CRE vai realizar 34 sabatinas com diplomatas indicados para representações brasileiras em países estrangeiros e agências internacionais. Já há 32 indicações na pauta, e o presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), informou que mais duas devem ser incluídas na lista.

Na terça-feira (22) será a vez de a CCJ se reunir, para ouvir três indicados para o Superior Tribunal Militar (STM) e uma indicada para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Após passarem por essas comissões, as indicações devem chegar ao Plenário do Senado para serem confirmadas, já a partir da terça-feira, e a votação deve se estender até quinta-feira (24).

Encerrando a semana, na sexta-feira (25), os senadores participarão de uma sessão de debates sobre os desafios econômicos, sociais e ambientais do Brasil para o período pós-pandemia.

Medidas de segurança

As sabatinas na CRE e na CCJ serão realizadas por videoconferência, mas as votações dos nomes serão presenciais porque o regimento exige deliberação secreta nesses casos, algo que o sistema remoto do Senado não permite. Para viabilizar os trabalhos, a Comissão Diretora organizou um esquema de votação em totens eletrônicos espalhados pelo prédio. Dois deles funcionarão em formato drive-thru, no qual os parlamentares poderão votar de dentro do carro.

Também há regras específicas para acesso aos plenários e outros espaços físicos, funcionamento de restaurantes e lanchonetes e operação de postos do Serviço Médico do Senado. As medidas visam impedir aglomerações e diminuir os riscos de saúde para senadores e servidores. Ainda está vigente o ato da Presidência do Senado que restringiu o acesso e a circulação nas dependências da Casa.