Bolsonaro chama de “idiota” o escritor Paulo Coelho durante live

Para o presidente Jair Bolsonaro, o escritor Paulo Coelho é um “idiota” que faz campanha contra o Brasil.

Sem citar o nome um dos maiores gênios da literatura brasileira, reconhecido mundialmente, Bolsonaro disse na live desta quinta (24) que tem “idiota” fazendo campanha para que não comprem produtos do Brasil.

O presidente se referiu a um tuíte de Paulo Coelho, na semana passada, aderindo ao movimento “Defund Bolsonaro”, que prega boicotes econômicos ao Brasil, como forma de protesto contra as posturas retrógradas do atual governo.

“Boicote exportações brasileiras ou o Taleban cristão controlará o país”, escreveu o mago, que depois apagou a publicação.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que também participou da live de hoje, o Brasil é um dos países que mais preserva no mundo.

Salles e Bolsonaro ironizaram que, pela desinformação da mídia, duas Amazônias já foram desmatadas.

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“O pessoal foi ganhar troféuzinhos no mundo e deixou 23 milhões [de moradores da região amazônica] para trás”, atacou o ministro. Segundo ele, a região Norte precisa se desenvolver.

De acordo com Ricardo Salles, os brasileiros que falam mal do Brasil lá fora o fazem porque eles [governo] fecharam a torneira. “Fechamos a torneira. Tinha estudo acadêmico que nunca terminava”, afirmou.

Assista ao vídeo:

Ministério Público Federal pede a cabeça de Ricardo Salles

Ministério Público Federal reiterou o pedido para que a Justiça Federal afaste do cargo o ministro das queimadas Ricardo Salles.

Ele responde a ação de improbidade administrativa pelo desmonte deliberado de políticas públicas voltadas à proteção ambiental e, desde julho aguarda-se decisão sobre o pedido para que fosse afastado do cargo.

No pedido enviado nesta quarta-feira (23) à Justiça, o MPF sustenta que o requisito jurídico para a determinação do afastamento, o perigo da demora, está demonstrado no caso.

“A permanência do requerido Ricardo Aquino Salles no cargo de ministro do Meio Ambiente tem trazido, a cada dia, consequências trágicas à proteção ambiental, especialmente pelo alarmante aumento do desmatamento, sobretudo na Floresta Amazônica”, diz o MPF na petição.

O processo iniciado no Distrito Federal foi declinado para a Justiça Federal em Santa Catarina pelo juiz do caso, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu manter o caso em Brasília.

Com isso, diz o MPF, não há obstáculos para que o pedido de afastamento seja decidido pela Justiça.

“Caso não haja o cautelar afastamento do requerido do cargo de ministro do Meio Ambiente, o aumento exponencial e alarmante do desmatamento da Amazônia, consequência direta do desmonte deliberado de políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente, pode levar a Floresta Amazônica a um “ponto de não retorno’, situação na qual a floresta não consegue mais se regenerar”, lembra o MPF no pedido.

Durante os três meses em que o processo aguarda decisão, os dados do desmatamento seguiram em patamares elevados, em especial na Amazônia e no Pantanal, o que demonstra, para o MPF, que a proteção ambiental no Brasil segue sendo prejudicada pela política de desmonte promovida pelo titular do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo dados públicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em julho de 2020 foram derrubados 1.658 km² de Floresta Amazônica. Em agosto, foram 1.359 km². Em ambos os casos, tratou-se do segundo pior resultado para cada mês nos últimos cinco anos, perdendo apenas para julho e agosto de 2019.

No que diz respeito às queimadas na Amazônia, também de acordo com os dados públicos do Inpe, a alta em julho de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, foi de 28%.

“Quanto ao Pantanal, a crise vivenciada é notória: o ano de 2020 já bateu o recorde histórico de queimadas no bioma, com comprometimento de mais de 21% desse bioma único, a maior planície alagada do planeta, com perda inestimável de biodiversidade e morte de milhares de animais”, diz o MPF na petição enviada hoje à Justiça.

A ação foi ajuizada em 6 de julho de 2020 e acusa o ministro de improbidade administrativa “pela prática reiterada de atos de desmonte das estruturas de Estado de proteção ao meio ambiente, consistentes em desestruturação normativa, dos órgãos de transparência e participação, orçamentária e fiscalizatória”.

As informações são do MPF via Vermelho.