Bolsonaro abre o bico: ‘não dá para continuar muito’ com o auxílio emergencial

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu o bico, isto é, não aguentou, e disse que não vai dar para continuar muito com o auxílio emergencial de R$ 600.

“Não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bi. A economia tem que funcionar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado”, afirmou nesta quarta-feira (5) o presidente.

Bolsonaro declarou que o auxílio emergencial não vai continuar muito após agradecimento de um apoiador pela ajuda de R$ 600 durante a pandemia do novo coronavírus.

Embora ele capitalize politicamente o auxílio emergencial, Bolsonaro queria conceder inicialmente R$ 200, mas a oposição no Congresso Nacional o derrotou.

“Alguns estão defendendo o auxílio indefinido. Esses mesmos que quebraram os estados deles, esse mesmo governador que quebrou seu estado, está defendendo agora o [auxílio] emergencial de forma permanente. Só que, por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil”, discursou o presidente.

Bolsonaro afirma que ajudar os pobres custa caro, mas o auxílio aos bancos custou até agora mais de R$ 2 trilhões aos cofres públicos. Esse montante daria para pagar auxílio emergencial por 6 anos e sete meses, se considerarmos os R$ 50 bilhões mensais.

Economia

Tudo bem é uma questão de prioridade do governo, que acha mais importante a saúde financeira dos bancos e dos especuladores.

O governo Bolsonaro estuda prorrogar o auxílio emergencial até dezembro, porém como valor reduzido a meros R$ 200.

A redução o auxílio emergencial para R$ 200 será utilizado como trunfo do Ministério da Economia, pilotado por Paulo Guedes, para pressionar o Congresso a aprovar a nova “CPMF”, qual seja, o imposto sobre pagamentos e transações eletrônicas.

A conversa deverá ser mais ou menos assim: se o Congresso aprovar o novo imposto, ok, nós manteremos a ajuda de R$ 600 até dezembro.

A ideia do Palácio do Planalto é manter intacto a parte do sistema financeiro no Orçamento da União por meio do pagamento de juros e amortizações da dívida interna.

De acordo como Portal da Transparência, o governo vai gastar este ano metade do orçamento total –R$ 2 trilhões– no serviço da dívida interna (refinanciamento, encargos, juros e amortizações). É importante, no entanto, o leitor não confundir esses gastos previstos com a ajuda extra de R$ 2 trilhões que os bancos obtiveram no início da pandemia de Covid-19.

O sistema financeiro ainda poderá ser agraciado até o final deste ano com outros R$ 2 trilhões oriundos da venda de ativos da União.

Bolsonaro e Guedes são uma mãe para os banqueiros e especuladores.

Resumo da ópera: como diria o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), o governo é tigrão com os pobres e tchtchuquinha com os bancos.

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Covid-19: casos de infecção no sistema prisional crescem 82% em um mês

O caso do ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR), preso da Lava Jato, ilustra bem essa discussão. Ele morreu no mês passado por Covid-19 no presídio de Francisco Beltrão (PR), onde cumpria pena. Dias antes de seu falecimento, o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe negou, por meio de decisão do ministro Edson Fachin, o regime prisional domiciliar.

A questão da soltura dos presos é premente nesse quadro de pandemia do novo coronavírus. É uma questão humanitária, portanto.

O número de infectados por coronavírus em unidades do sistema prisional brasileiro registrou um aumento de 82,3% nos últimos 30 dias, chegando a 19.683 casos. O acompanhamento é uma iniciativa do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ) e é o único em escala nacional que traz dados sobre contágios e óbitos também entre servidores e sobre a situação da pandemia no sistema socioeducativo, que chegou a 2.776 casos nesta semana – crescimento de 54,8% ao longo do período.

Nesta quarta-feira (5/8) também foram atualizados dados sobre o acompanhamento que vem sendo feito pelos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) de Tribunais de Justiça. Já são 26 estados que têm detalhado informações sobre recursos disponíveis para o enfrentamento à Covid-19 em estabelecimentos prisionais, tais como equipamentos de proteção individual (EPIs), alimentação, fornecimento de água e material de higiene e limpeza, além de medicamentos e equipes de saúde. No caso do sistema socioeducativo, há dados disponibilizados por 25 estados.

Os GMFs informaram que foram realizados 25.573 testes para a Covid-19 em pessoas presas – o que corresponde a 3,5% da população carcerária no país. Entre servidores foram aplicados 23.594 exames, número equivalente a 18,5% do contingente de trabalhadores nesses estabelecimentos. No caso do socioeducativo, houve testagem de 3.914 adolescentes privados de liberdade e em 8.173 trabalhadores dessas unidades, em 22 estados.

Ainda de acordo com o monitoramento, 21 unidades da Federação apresentaram atividades realizadas por seus comitês de acompanhamento e combate à propagação da doença. Quanto à destinação de verbas de penas pecuniárias para o combate à pandemia, 21 estados comunicaram a adoção da medida, com um montante que totaliza R$ 55,8 milhões.

Enquanto Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Sul registraram o recebimento de aportes federais para ações de combate à Covid-19 nos ambientes de privação de liberdade, São Paulo e Paraná receberam recursos do Tesouro estadual. A Justiça estadual e órgãos como o Ministério Público do Trabalho também dispuseram de valores encaminhados a estados como Sergipe.

Contágios e óbitos

O boletim semanal do CNJ sobre contaminações e óbitos por Covid-19 é publicado às quartas-feiras a partir de dados dos poderes públicos locais e ocorrências informadas ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O levantamento aponta 2.036 novos casos de coronavírus entre pessoas privadas de liberdade e 524 entre servidores na última semana, com aumento acentuado de registros especialmente entre presos nos estados de Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina – além de São Paulo, que alterou o modo de contagem dos casos ao incluir resultados de testes rápidos, ampliando o registro de ocorrências.

No caso do sistema socioeducativo, somente nesta semana foram registrados 306 novos casos de coronavírus entre servidores e 50 entre reeducandos. O monitoramento identifica um crescimento substancial de registros entre trabalhadores das unidades no estado de São Paulo, que passou a adotar a busca ativa por assintomáticos.

A cada edição o boletim traz um ponto analítico acerca do contexto da pandemia e, nesta semana, destaca que os dados sobre a situação da Covid-19 nos sistemas prisional e socioeducativo devem ser analisados tendo como referência os contextos locais e que, nesse sentido, dois pontos merecem especial atenção: o tamanho das populações privadas de liberdade e os respectivos quadros de servidores desses estabelecimentos, assim como a política de testagem adotada por cada unidade da Federação nesses espaços.

O DMF/CNJ aponta que os estados com maior quantitativo de indivíduos privados de liberdade e também de contingente de servidores nesses estabelecimentos tendem, consequentemente, a apresentar maiores números absolutos de indivíduos positivos para a Covid-19. Do mesmo modo, unidades federativas que adotaram políticas de testagem em massa, capazes de diagnosticar casos mesmo entre indivíduos assintomáticos, invariavelmente apresentarão números maiores de detecções do que aquelas que realizam a testagem apenas em indivíduos que apresentavam sintomas agravados, por exemplo.

O levantamento e sistematização de informações sobre Covid-19 em estabelecimentos penais e no sistema socioeducativo é uma iniciativa do DMF/CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para superar desafios estruturais dos sistemas de privação de liberdade no país.

URGENTE: SÉRGIO MORO LANÇA NOVO PARTIDO PARA DISPUTAR 2022

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro vai lançar seu próprio partido político para disputar as eleições presidenciais de 2022. A nova sigla vai se chamar CDD (Cidadão Democrático de Direito) cujo núcleo central fica em Curitiba.

Pelas redes sociais, correligionários de Moro “vazaram” o nome da nova agremiação e disseminam banners eletrônicos com a foto do ex-juiz da Lava Jato.

“Em 2022 nós iremos nos encontrar”, ameaçam as peças publicitárias extemporâneas.

No mês passado, articulistas políticos diziam que o projeto eleitoral de Moro para 2022 estava fadado ao fracasso porque o ex-juiz não tinha cargo, não tinha partido nem palanque.

Dentre os entusiasta do CDD está o empresário paranaense Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrabar).

Por outro lado, a título de comparação, até agora o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não conseguiu fundar seu novo partido –o Aliança pelo Brasil.

Maia diz que quarentena para ex-juiz não atinge Moro

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta quarta-feira (5) que o projeto que discute a ampliação da quarentena para ex-juízes que queiram se candidatar não atinge o ex-ministro Sérgio Moro. A declaração de Maia foi dada à rádio Banda B, de Curitiba, durante uma entrevista por meio de uma live na rede social Instagram.

“De forma nenhuma a intenção é uma quarentena para prejudicar o ex-ministro Moro. O ex-ministro Moro tomou uma decisão certamente difícil, saiu da Justiça, veio para o governo, não deu certo, já saiu. Eu acho que ele tem toda a legitimidade, todo o direito de ser candidato a presidente. Não pode uma lei tirar dele esse direito”, disse o presidente da Câmara.

Na entrevista, Maia também afirmou que Moro será um nome forte para as eleições de 2022.

“Se for candidato, e acho que ele está começando a se preparar para isso, certamente será um candidato forte nas eleições de 2022”, opinou.

Sérgio Moro está em campanha e já conta com um exército de robôs no Twitter

O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro colocou o bloco na rua de vez e está em campanha antecipada à Presidência para 2022. Mais cedo, o Blog do Esmael noticiou que ele pretende lançar seu próprio partido. Agora, percebe-se que o algoz de Lula já conta com um exército respeitável nas redes sociais.

Pois nesta quarta-feira (5), sem que nenhuma mobilização prévia tenha sido feita, e sem nenhum fato novo relevante, a hashtag #BandidosOdeiamMoro subiu aos Trending Topics do Twitter.

Como personalidade central do impulsionamento, é possível identificar a conta ?SomosⓂ️oro:

Moro tenta se descolar de Bolsonaro e começa a atacar pontos chave do mandado atual. Uma das bandeiras é pelo #ImpeachmentAras. Confira:

O exército de robôs de Moro ainda é fraquinho perto do gabinete do ódio do clã Bolsonaro. E também há muita gente que fornece apoio orgânico. Mas é um movimento que não pode ser desprezado; apesar de ilegal e fora de época.

Para quem é paladino da justiça, seria bom observar o calendário eleitoral e tomar cuidado com as contas fake. Estão muito obvias… Nisso o bolsonarismo é mais eficiente.