Bolsonaristas fazem manifestação contra a esquerda em Curitiba

Um grupo de bolsonaristas ligado ao lutador de MMA Wanderlei Silva, realizou uma manifestação no início da noite desta terça-feira (2) em Curitiba.

O movimento foi uma resposta aos atos de vandalismo ocorridos depois da manifestação contra o racismo ocorrida ontem. Entre as depredações, uma bandeira do Brasil foi vandalizada em frente ao Palácio das Araucárias, sede do governo do Estado do Paraná.

Apesar dos organizadores da manifestação contra o racismo e o fascismo ocorrida ontem (1°) afirmarem que não tiveram nenhuma relação com o quebra-quebra ocorrido após o ato, os bolsonaristas transformaram a manifestação de hoje numa revanche e parecem dispostos ao confronto.

Eles marchavam aos gritos de “A nossa bandeira jamais será vermelha!”, afirmando que a destruição da bandeira do Brasil teria sido uma ação dos militantes da esquerda, o que não é verdade.

Veja a convocação feita por Wanderlei Silva:

Economia

Foto e vídeo distribuídos nas redes sociais.

Perpétua Almeida alerta para risco de sabotagem de manifestações antifascistas

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) fez um alerta importante através do Twitter para que as manifestações em defesa da Democracia não sejam desvirtuadas por infiltrados.

Perpétua escreveu:

“Ou os movimentos em defesa da DEMOCRACIA se organizam antes de ir pra rua, com atenção redobrada, ou serão vítimas dos bandidos de extrema direita q se infiltram nas manifestações p tocar o terror igual fizeram em Curitiba e em 2013. Fazem isso pra p deslegitimar os movimentos.”

O alerta ecoa a depredação ocorrida após a manifestação desta segunda-feira em Curitiba. Basta uma vitrine quebrada, um carro vandalizado para que o foco da cobertura da mídia seja desviado e o vandalismo apareça mais que as bandeiras defendidas pelos manifestantes.

Também vale lembrar que as forças de segurança pública são essencialmente bolsonaristas. Isso já se refletiu no confronto ocorrido no domingo na Avenida Paulista. A Polícia de São Paulo agiu para dispersar os manifestantes pela democracia com bombas e tiros de balas de borracha; e protegeu os bolsonaristas, que estavam em número muito menor.

Em Curitiba, manifestação contra racismo termina com quebra-quebra e bombas

Um ato contra o genocídio negro em Curitiba, organizado por coletivos antirracistas e antifascistas, foi reprimido na noite de ontem (1) pela tropa de choque da Polícia Militar do Paraná.

Convocado pelas redes sociais, os cerca de 1.200 manifestantes se reuniram na Praça Santos Andrade, na frente do prédio do histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro da capital paranaense, onde fizeram um protesto pacífico denominado “Vidas negras Importam”.

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Quando terminou o ato, parte dos manifestantes resolveu marchar até o Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná. No trajeto, um pequeno grupo de black blocs promoveu quebra-quebra em agencias bancárias e pontos de ônibus. Eles também queimaram a bandeira do Brasil, em protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

A tropa de choque da PM interveio com bombas de efeito moral e tiros de bala de borracha para dispersar os manifestantes. Oito pessoas foram presas e um policial ficou ferido, segundo a corporação.

Em nota, a organização afirmou que “o ato foi um sucesso” e que o vandalismo contra o patrimônio público foi provocado por “infiltrados” com o objetivo de criminalizar o movimento.

Leia a integra da nota:

A organização do ato CONTRA O RACISMO EM CURITIBA vem a público manifestar que, diferentemente do vinculado nas redes sociais e na imprensa, os manifestantes, além de utilizar proteção para evitar a propoagação da epidemia de COVID-19, comportaram-se de maneira ordeira, em defesa da democracia e contra o racismo!

O ato foi um sucesso. Reuniu muitas pessoas, teve uma atmosfera esperançosa por dias melhores.

Nossa luta é por igualdade, contra o racismo, a violência contra jovens negros nas periferias, a proliferação de grupos que propagam o ódio e o genocidio de brasileiros promovido pela falta de uma política clara de saúde durante esta pandemia.

Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento.

O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão.

Conclamamos a união de curitibanos de forma individual ou através dos movimentos sociais para a defesa da democracia contra o racismo.

Assinam esta nota
Movimento Feminista de Mulheres Negras ✊?
Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA ✊?
União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos (UCEPH) ✊?
J23 – Juventude do Cidadania ✊?