Biden aprova auxílio emergencial nos EUA enquanto Bolsonaro ameaça governadores no Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conseguiu aprovar neste sábado (27) o auxílio emergencial de US$ 1,9 trilhão (R$ 10,5 trilhões), marcando seu primeiro trunfo político na Câmara dos Deputados. Enquanto isso, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro segue ameaçando governadores que tomaram medidas contra o avanço da pandemia.

É verdade que a vitória de Biden se deu na Câmara e que poderá enfrentar resistência no Senado, mas o presidente americano parece ter gordura política para aprovar seu pacote de ajuda contra o coronavírus.

A proposta de Biden de aumentar o salário mínimo federal para US$ 15 por hora até 2025 sofreu um revés momentâneo por causa das regras orçamentárias para a medida, porém os democratas ainda lutam para aprová-la por maioria simples na Câmara. O valor é o dobro do salário atual, U$ 7,25 a hora.

No primeiro teste, hoje, o pacote de auxílio emergencial americano foi aprovado por 219 votos a 212. Agora o texto segue para o Senado, cujo caminho é mais acidentado, como dito antes.

Note o leitor que Joe Biden briga para fazer a economia girar nos EUA quando, no Brasil, Bolsonaro faz o caminho inverso. O “Capitão Cloroquina” faz esforços para travar a economia com a redução de investimentos e de ajuda do governo, limitando a circulação de dinheiro, combinado com um quadro depressivo economicamente.

Biden disse que o auxílio emergencial protegerá os americanos vulneráveis ​​até o fim da pandemia e impulsionará a economia à medida que ela reabrir totalmente.

Economia

Bolsonaro disse que não haverá auxílio emergencial caso os governadores dos estados adotem medidas para conter o vírus, por meio de lockdowns e toque de recolher, num ambiente em que a vacinação parece uma distante miragem.

Em um evento no Ceará, na sexta-feira (26), o presidente brasileiro aglomerou e não usou máscara –ao mesmo tempo que ameaçou governadores de puni-los por agir em favor da população.

O fato é que o desemprego explodiu entre os brasileiros –assim como nos EUA– e cerca de 100 milhões de brasileiros dependem de alguma ajuda governamental para sobreviver nesta pandemia.

As medidas econômicas de Bolsonaro têm sido contrárias ao desenvolvimento, ao trabalho, à produção e ao consumo. O governo tem privilegiado especuladores, a exemplo daqueles na Petrobras que vendem combustíveis em dólar enquanto os brasileiros, quando têm trabalho, recebem em real. Os salários são reduzidos e atacados como política de Estado.

Podemos não concordar com Joe Biden pelas maluquices beligerantes, mas os EUA têm um governo que olha o desenvolvimento interno. Bolsonaro, ao contrário, só pensa em meia dúzia de endinheirados.

Peço desculpa ao leitor pela grosseira comparação de Biden com Bolsonaro. É quase uma comparação entre o rei Pelé e o artilheiro do Ibis, o pior time do mundo.