Beto Richa vai disputar a Câmara Federal em 2022

O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), decidiu concorrer a uma das cadeiras à Câmara Federal nas eleições de 2022. Ele foi aconselhado por aliados, principalmente deputados estaduais, a buscar um mandato eletivo, a exemplo de seu correligionário Aécio Neves (PSDB-MG).

Aécio, sem chances de reeleição para o Senado, em 2018, disputou a Câmara. A exemplo de Richa, o tucano mineiro também enfrenta problemas com a Justiça.

Beto Richa tentou o Senado nas eleições de 2018, porém, nas vésperas da votação, em setembro, o ex-governador paranaense teve a prisão decretada após manobra da Lava Jato. Ele ficou 17 dias “na tranca” por conta de denúncias de propina nos pedágios. A operação investigava o suposto envolvimento de Richa com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323.

Os procuradores da força-tarefa de Curitiba torciam pelos então candidatos Flávio Arns (Pode) e Oriovisto Guimarães (Pode), cujo apoio fora articulado pelo senador Alvaro Dias (Pode).

Com a prisão e ulterior soltura de Richa, espalhou-se a fake news no Paraná de que o então senador Roberto Requião (MDB) já “estava eleito” e que agora os dois votos –Oriovisto e Arns– seriam essenciais para tirar Richa da vida pública. Deu certo, aos olhos lavajatistas: Requião e Richa perderam a eleição, mas os dois candidatos apoiados pela Lava Jato venceram a disputa pelo Senado.

Nas eleições de 2022, o ex-governador Beto Richa carregará o peso das ações penais a que responde. Uma delas, a Operação Quadro Negro, que investiga desvio de recursos da educação, o tucano é acusado pelo Ministério Público do Paraná dos seguintes crimes:

Economia

  • organização criminosa
  • corrupção passiva
  • prorrogação indevida de contrato de licitação
  • obstrução de investigação de organização criminosa
  • corrupção passiva
  • obtenção de vantagem indevida em contrato de licitação
  • lavagem de dinheiro
  • obstrução de investigação de organização criminosa.

O titular do Blog do Esmael foi canalhamente perseguido pelo governo de Beto Richa, nos dois mandatos. Isso é público e notório. No entanto, na época da prisão do tucano, esta página não se furtou de denunciar a fraude eleitoral que estava em curso, que os objetivos principais dos procuradores era derrotar Requião e eleger Oriovisto e Arns.

A prisão de Beto Richa, pela Lava Jato, sem condenação transitada em julgado, a exemplo do caso de Lula, era uma arbitrariedade e completamente inconstitucional. A operação na boca de urna mostra quão parciais são os procuradores e os juízes dessa força-tarefa.

Em agosto de 2018, foi condenado em segunda instância por realizar uma parada em Paris por dois dias com o uso de dinheiro público em rota para missão oficial na China. A sentença foi fruto da ação popular patrocinada pelo coletivo de juristas Direitos Pra Todxs.