O ex-secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), sem nunca ter produzido um único alfinete na vida, aventurou-se na disputa pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Barros já percebeu em menos de 24 horas de campanha que a rapadura é doce, mas não é mole. Pois é outro mundo, outro ramo bem diferente do jogo político-partidário.
“O jogo duro e desigual da eleição da Fiep”, desabafou em nota distribuída à imprensa nesta manhã.
A corrida pela Fiep guarda similaridades com a guerra travada em passado recente entre o ex-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, e Hélio Cury, pelo comando da Federação Paranaense de Futebol.
Em 2008, Iatauro arrastou o governo inteiro para uma fragorosa derrota. O placar foi de 64 a 15 para Cury, que era do ramo e tinha o mapa dos votos na cabeça.
Os empresários situacionistas Edson Campagnolo e Carlos Walter estimam fazer mais de 80% dos votos na eleição da Fiep.
Pois bem. Barros ensaia discurso da derrota porque sabe que poderá sair muito menor do que entrou na briga pela Fiep.
O governador Beto Richa (PSDB) não quer nem saber de entrar na briga. Providencialmente, viaja na quinta (14) para Cancun, no México, e retorna somente no final do mês. A eleição será dia 3 de agosto.
Enquanto isso, na Secretaria de Indústria e Comércio, o interino Ercílio Santinoni, vai se afeiçoando à cadeira.
A pergunta que não quer calar: Ricardo Barros terá força suficiente para retornar à Secretaria mesmo depois de uma derrota acachapante?
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.