Aras pede que STF suspenda inquérito das ‘fake news’, decisão será do plenário

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão do inquérito das ‘fake news’. Fachin encaminhou o pedido para decisão do plenário do STF.

O pedido da PGR foi feito nesta quarta-feira (27), após a operação da Polícia Federal que apreendeu dispositivos eletrônicos de vários bolsonaristas e quebrou o sigilo bancário e fiscal de empresários.

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Aras disse que a Procuradoria-Geral da República foi “surpreendida” com as ações realizadas “sem a participação, supervisão ou anuência prévia do órgão de persecução penal” .

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No pedido, o procurador cita uma manifestação feita por ele mesmo no inquérito, no último dia 19, ao ser informado sobre a possibilidade das ações autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

“A leitura dessas manifestações demonstra, a despeito de seu conteúdo incisivo em alguns casos, serem inconfundíveis com a prática de calúnias, injúrias ou difamações contra os membros do STF. Em realidade, representam a divulgação de opiniões e visões de mundo, protegidas pela liberdade de expressão”, diz Aras.

“Na medida em que as manifestações feitas em redes sociais atribuídas aos investigados inserem-se na categoria de crítica legítima – conquanto dura –, ao ver deste órgão ministerial são desproporcionais as medidas de bloqueio das contas vinculadas aos investigados nas redes sociais.”

Aras confunde ameaças e injúrias com críticas. Atua como advogado do bolsonarismo.

Com informações do G1.

Bolsonaro e filhos já assumem que um novo golpe é ‘inevitável’

O avanço da Justiça na investigação e no combate aos crimes dos bolsonaristas está acuando o clã presidencial e eles já passam a discutir e ameaçar abertamente com uma nova ruptura institucional, leia-se GOLPE.

Foi isso que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) disse ontem em uma live do “Terça Livre”. Vale lembrar que o dono desse canal é um dos investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre as ‘fake news’.

Assista ao vídeo compartilhado pelo Jornalismo Wando:

O presidente Bolsonaro também deu declarações ameaçadoras hoje.

“Nunca tive a intenção de controlar a Polícia Federal, pelo menos isso serviu para mostrar ontem. Mas obviamente, ordens absurdas não se cumprem. E nós temos que botar um limite nessas questões”, disse. “Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem”, completou.

“Repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega! Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro os meus compromissos no juramento que fiz quando assumi a Presidência da República.”

Quem não quiser entender isso como ameaça à democracia pode estar contribuindo para que tenhamos novos “anos de chumbo” pela frente.

Com informações do G1.

Weintraub compara ação do STF com o nazismo e revolta Judeus

O ministro da falta de Educação bolsonarista, Abraham Weintraub, comparou as ações da Polícia Federal sob ordem do Supremo Tribunal Federal com episódios do nazismo alemão que massacrou milhões de Judeus.

Wentraub fez duas postagens nas últimas horas.

“Primeiro, nos trancaram em casa. Depois, brasileiros honestos buscando trabalho foram algemados. Ontem, 29 famílias tiveram seus lares violados! Sob a mira de armas, pais viram suas crianças e mulheres assustadas terem computadores e celulares apreendidos! Qual o próximo passo?”

“Hoje foi o dia da infâmia, VERGONHA NACIONAL, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL!”

A comunidade judaica reagiu às postagens que associaram a operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal no inquérito das ‘fake news’ ao nazismo.

A Confederação Israelita do Brasil condenou a comparação que o ministro da Educação fez do inquérito do STF com a Noite dos Cristais. Veja a íntegra do texto publicado no site da confederação:

“Não há comparação possível entre a Noite dos Cristais, perpetrada pelos nazistas em 1938, e as ações decorrentes de decisão judicial no inquérito do STF, que investiga ‘fake news’ no Brasil.

A Noite dos Cristais, realizada por forças paramilitares nazistas e seus simpatizantes, resultou na morte de centenas de judeus inocentes, na destruição de mais de 250 sinagogas, na depredação de milhares de estabelecimentos comerciais judaicos e no encarceramento e deportação a campos de concentração.

As ações do inquérito, por sua vez, se dão dentro do ordenamento jurídico, assegurado o direito de defesa, ao qual as vítimas do nazismo não tinham acesso.

A comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias.”

O coletivo Judeus pela Democracia também criticou a associação feita por Weintraub. “A ação a mando do STF visa buscar quem financia Fake News e evitar novos linchamentos virtuais. A Noite dos Cristais não foi virtual, mas foi o linchamento real a judeus”, escreveu o coletivo em seu perfil no Twitter.

O Comitê Judaico Americano, uma das principais organizações da comunidade judaica nos Estados Unidos, pediu um basta no uso político do Holocausto por autoridades do governo Jair Bolsonaro.

“Chega! O reiterado uso político de termos referentes ao Holocausto por oficiais do governo brasileiro é profundamente ofensivo para a comunidade judaica e insulta as vítimas e os sobreviventes do terror nazista. Isso precisa parar imediatamente”, disse a associação pelo Twitter, em inglês.

Com informações do UOL e do Estadão.