A administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém um quadro de estabilidade e polarização na avaliação popular, conforme recorte da Paraná Pesquisas divulgado nesta terça 11/11.
O presidente registra 45,9% de aprovação e 50,9% de reprovação, com 3,2% que não souberam responder.
O dado consolida um cenário de divisão nacional e confirma recuperação parcial do governo após momentos de maior desgaste em 2024.
O mesmo instituto, mais cedo, mostrou Lula liderando todos os cenários testados para 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno, superando Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
O ex-presidente Bolsonaro está inelegível, preso desde agosto em regime domiciliar, e foi condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
A vantagem reforça que, mesmo diante do ambiente de alta polarização, Lula segue competitivo e com musculatura social sólida, uma combinação que coloca o petista como protagonista da sucessão presidencial, ainda que sob forte disputa e ruído conservador.
A pesquisa, realizada entre 6 e 10 de novembro com 2.020 entrevistas presenciais, mostra que 32,1% consideram o governo “ótimo” ou “bom”, 23,2% avaliam como “regular” e 43,3% classificam como “ruim” ou “péssimo”.
Regionalmente, o Nordeste segue como principal base lulista, com 57,3% de aprovação, enquanto o Sul aparece como polo de maior resistência, com 63,8% de reprovação, ante 34,1% de aprovação.
A vantagem entre beneficiários de menor escolaridade e fora do mercado formal permanece, assim como rejeição entre eleitores com ensino superior.
Os dados reforçam o mapa político pós-polarização extrema.
Mulheres tendem a avaliar Lula melhor que homens, e católicos se mostram mais equilibrados que evangélicos, onde há maioria contrária ao governo.
O movimento dialoga com o cenário eleitoral que aponta o presidente liderando todos os confrontos diretos para 2026, mas sem folga suficiente para neutralizar a ofensiva conservadora enraizada em segmentos de renda mais alta e maior escolaridade.
Nos bastidores, aliados tratam o resultado como “termômetro de manutenção”, em meio a pressões por entregas econômicas e pautas sociais.
A oposição segue apostando em ruído e guerra cultural para tentar desgastar o governo, especialmente nos grandes centros do Sudeste, onde a disputa simbólica é mais acirrada.
O bolsonarismo tenta reorganizar sua tropa com ataques a pautas sociais e narrativas moralistas, enquanto setores empresariais pressionam por agenda econômica mais dura.
Apesar disso, as urnas continuam sinalizando terreno sólido para Lula nesta reta de pré-2026.
O retrato nacional mostra Lula com base social sólida e a oposição ainda sem comando claro nem narrativa unificadora.
O país segue polarizado, sim, mas a vantagem do presidente e a dispersão do campo conservador reforçam que, por ora, o Planalto opera com lastro político e janela para entregar resultados.
O debate público continuará ruidoso, porém a régua da população, neste momento, sinaliza mais confiança no governo do que nas alternativas.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.






