Após pirotecnia da Lava Jato, Paraná volta a ter pedágio mais caro do mundo

O Paraná voltará a ter em breve o pedágio mais caro do mundo no trecho da BR-277 que liga Curitiba ao Litoral do estado.

Essa aberração só será possível com o fim de um desconto de 30% no preço da tarifa, imposto pela Lava Jato em um acordo de leniência com as concessionárias.

A força-tarefa do Paraná vinha denunciando que o pedágio estava superfaturado em 400% nas rodovias do estado, porém, o acordo de redução provisória só previu desconto de 30% durante doze meses.

Com o fim do desconto, o valor passará a ser de R$ 21,70. As motocicletas, que no último ano pagaram R$ 7,60 de tarifa, passarão a pagar R$ 10,90.

Pelos cálculos do deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), à época do acordo de leniência, não o impediu de apontar um rombo de R$ 3 bilhões que sangrou a economia do estado, podendo chegar a R$ 21 bilhões até 2021, quando os lesivos contratos terminam.

O parlamentar socialistas sempre denunciou a pouca transparência do Ministério Público Federal (MPF) nesse acordo de leniência com as pedageiras.

Economia

Segundo Romanelli, a leniência do MPF não impediu que as mesmas pedageiras de participarem da novas licitações de rodovias federais e estaduais no novo modelo de pedágio no Paraná.

Passado quase um ano, o parlamentar do PSB continua questionando “por que o MPF afirmou que o pedágio estava superfaturado em 400% e daí fez um acordo de redução provisória de 12 meses de 30% com a CCR-Rodornorte?”

O diabo é que, na vigência da redução proposta na leniência, houve um novo aumento do pedágio no fim do ano passado.

A Ecovia, que administra o trecho Curitiba-Litoral, informa que reajustará a tarifa ao preço antigo –o mais caro do mundo– porque já teria cumprido a obrigação de R$ 100 milhões por meio do desconto de 30% da tarifa em favor dos usuários.

Dinheiro compra até felicidade na Lava Jato

O acordo de leniência obrigou às pedageiras a instalação de programas de compliance com apresentação de relatórios anuais sobre ética e transparência, bem como a submissão a monitoramento pelo prazo de 32 meses por profissionais independentes que seriam custados pelas próprias concessionárias (supervisionado pelo MPF, é claro).

Para quem não entendeu, os programas de compliance são a “sequência natural” das delações premiadas…