O governo Ratinho Junior (PSD) revogou antecipadamente o contrato com a empresa BR Travessias e vai contratar emergencialmente uma nova empresa para operar o ferry boat de Guaratuba, no Litoral. Sua medida ocorreu depois que o juiz substituto Jailton Juan Carlos Tontini, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, afirmar em decisão a necessidade de intervenção do Estado sob risco concreto e acidentes.
– Suspendemos o contrato com a empresa que prestava os serviços de ferry boat em Guaratuba! Até quinta-feira outra companhia será contratada com urgência para fazer o serviço por seis meses, capitalizou o governador do estado.
Durante esta temporada de verão, a empresa que faz a travessia Matinhos-Guaratuba sofreu ao menos 141 autos de infração devido filas e problemas técnicos nas embarcações.
O deputado Requião Filho (MDB), uma das principais vozes contra a lambança no ferry boat, sugeriu que Ratinho não se afobe e resolva a questão com tranquilidade.
– Situação precisa ser resolvida às claras e com cautela para evitar uma indenização contra o Estado, disse Requião Filho, sobre anúncio de encerramento antecipado de contrato com empresa responsável pelo Ferry Boat em Guaratuba.
O Governo do Paraná afirma que declarará a caducidade do contrato com a atual gestora da travessia da Baía assim que a nova empresa for contratada emergencial. No entanto, ressalta, que uma nova licitação ainda está prevista para este ano.
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, disse que desde o início da concessão feita pelo governo do Estado veranistas já reclamavam do serviço, que só piorou na temporada de verão. Ela recordou que, recentemente, uma das balsas ficou à deriva e um atracadouro afundou, causando pânico entre as pessoas.
– Ratinho Júnior é um irresponsável! Brinca com a vida da população!, escreveu a parlamentar petista, que atribuiu a atitude do governador somente após juiz afirmar intervenção do Estado sob risco concreto e acidentes.
Veja a entrevista de Requião Filho
Sobre o ferry boat
A travessia de ferry boat é operada por uma concessionária, sendo todos os serviços prestados fiscalizados pelo DER/PR, desde a compra do bilhete até o desembarque, seguindo critérios estabelecidos em contrato. As embarcações e a operação são inspecionadas diariamente pelo Governo do Estado e periodicamente também pela Marinha do Brasil.
O contrato com a atual empresa foi assinado em abril de 2021 e tinha previsão de operação de dez anos. Desde o início a condição da travessia dos veículos vem sendo alvo de questionamentos e ajustes por parte do Estado. Neste ano, no entanto, a operação começou a apresentar problemas mais graves, como o afundamento de um atracadouro, o que motivou inclusive uma ação judicial por parte do Estado.
Blog do Esmael relança campanha pela ponte Matinhos-Guaratuba
Bolsonaro trama contra 40 mil trabalhadores portuários avulsos do país
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.