A decisão do pré-candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB-PE), que em visita a Londrina na última segunda-feira anunciou o apoio à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), surpreendeu os parlamentares do PPS no Paraná. Nacionalmente, as duas legendas já oficializaram a coligação, integrada também pelo PPL e pela Rede Sustentabilidade, movimento que não conseguiu número suficiente de assinaturas para ser registrado como partido a tempo de disputar as eleições de outubro.
Segundo o líder do PPS na Assembleia Legislativa (AL), Tercílio Turini, os três deputados da bancada – ele, Douglas Fabrício e Felipe Lucas – não sabiam da intenção de Campos. “Achei muito estranho, para quem é candidato a presidente, abrir mão de um palanque no Estado para apoiar quem já está comprometido com o Aécio (Neves, pré-candidato do PSDB)”, criticou.
Apesar de fazer parte da base de apoio ao governo estadual desde a eleição de Beto, em 2010, o PPS vê com bons olhos a possibilidade de lançar um candidato próprio, no caso o deputado federal Rubens Bueno, justamente como forma de alavancar a chapa Eduardo Campos – Marina Silva no Paraná.
De acordo com Turini, mesmo após as declarações de Campos, a situação do partido no Estado segue indefinida. “Tudo vai depender da convenção do PMDB (marcada para amanhã). Não ter o (Roberto) Requião pode fortalecer outras vias, o que é bom para a democracia”, disse. Ele citou PHS, Pros, PV e PSD entre as siglas que estariam conversando com o PPS.
Caso a legenda opte pela coligação com o PSDB, o parlamentar falou que a união se daria somente na majoritária. “O “chapão” já está congestionado, ainda mais com o PMDB. (A aliança) para governador está em aberto, mas com certeza para os deputados não vai ocorrer.”
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.