A Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) resolveu transportar os deputados de forma segura, em um camburão da tropa de choque da PM, até a Ópera de Arame para realizar sessão secreta de votação da reforma da previdência.
A tática da ALEP visa driblar a ocupação do prédio no Centro Cívico, em Curitiba, e votar a proposta previdenciária do governador Ratinho Junior (PSD).
Servidores públicos em greve ocuparam a ALEP na tarde desta terça-feira (3) em protesto contra o fim da aposentadoria, o aumento da alíquota de 11% para 14% aos aposentados, dentre outras reivindicações das categorias.
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Em fevereiro de 2015, o então governador Beto Richa (PSDB) determinou à sua base na mesma ALEP que realizasse sessão em lugar distinto do plenário.
Na época, o governador tucano pediu para que o secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini (PSL-PR), colocassem os parlamentares governistas dentro de um camburão blindado para levá-los até o local secreto. A partir daí, foi instituída a “Bancada do Camburão’.
Feito esse recorte, parece que Ratinho e os atuais governistas nada aprenderam com o episódio que resultou no massacre de 213 servidores públicos.
O velho e bom Marx dizia que a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Ele tinha razão.
Sobre a Ópera de Arame
A Ópera de Arame, com estrutura tubular e teto transparente, é um dos símbolos emblemáticos de Curitiba. Inaugurada em 1992, acolhe todo tipo de espetáculo, do popular ao clássico, e tem capacidade para 1.572 espectadores.
Entre lagos, vegetação típica e cascatas, numa paisagem singular, faz parte do Parque das Pedreiras juntamente com o Espaço Cultural Paulo Leminski, cenário de grandes eventos desde 1989, e pode abrigar, ao ar livre, 20.000 pessoas.
O local foi palco, na noite mágica de 4 de abril de 1993, na festa dos 300 anos de Curitiba, do concerto do tenor catalão José Carreras, com a Orquestra Sinfônica Brasileira.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.