Os arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entraram em campo para jogar contra os trabalhos da CPI da Covid, que investiga os crimes cometidos pelo governo Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Segundo a publicação Crusoé, do site de extrema direita O Antagonista, a Abin foi acionada oficialmente pelo governo de Jair Bolsonaro para reunir informações contra governadores e prefeitos e, assim, municiar o Planalto na CPI da Covid.
De acordo com a revista, o presidente da República quer desviar o foco das investigações sobre a sua atuação desastrosa no combate à pandemia e, para tanto, continua, lançou mão de um aparelho de estado. “É um escândalo. O fato espantoso deve causar um rebuliço em Brasília.”
A Crusoé afirma que teve acesso com exclusividade à “demanda urgente” que a Abin distribuiu para agentes de inteligência em todos os estados do país, determinando uma “compilação de dados” sobre “irregularidades relacionadas à pandemia” em “âmbito estadual e municipal”.
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A ordem teria sido enviada por mensagem de WhatsApp na manhã da última quarta-feira, 5, um dia após o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta na comissão de inquérito.
O texto no WhatsApp deixa claro o que o comando da Abin em Brasília queria de seus agentes, segundo a publicação de extrema direita. A Crusoé destaca dois exemplos de irregularidades: “desvios de verbas” e “compras irregulares”.
A pesquisa, diz ainda a mensagem, deveria ser feita “exclusivamente em fontes abertas das SEs (as superintendências estaduais da agência)”, ou seja, sem acessar os bancos de dados sigilosos.
Juntamente com a mensagem, os oficiais receberam o link de uma planilha de Excel onde deveriam colocar os nomes dos estados e das cidades identificados na investigação, um título resumindo o problema detectado e a fonte da informação coletada. A Abin tinha pressa. O arquivo deveria ser preenchido até as 18 horas daquele mesmo dia.”
A Abin tem histórico de xeretar a vida alheia e de trapalhadas. A última grande empreitada envolveu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República.
Agora vai!
CPI da Covid estuda convocar Carlos Bolsonaro e Paulo Guedes
Os senadores que compõem a CPI da Covid insinuaram esta semana que poderão convocar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para depor na comissão de inquérito. Por enquanto, as falas ficaram apenas nas intenções. Nenhum parlamentar [ainda] requereu os depoimentos oficialmente.
O senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI da Covid, disse que a menção do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à participação do “filho do presidente que é vereador no Rio de Janeiro”, em reuniões no Palácio do Planalto sobre o enfrentamento da Covid19, durante seu depoimento na CPI da Pandemia, justificaria a convocação de Carluxo.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, continua na ofensiva. “Essas declarações soam para a gente como uma autoconvocação dele. Eu não sei se o estado de espírito dele é esse”, disse, ao se referir ao ministro Paulo Guedes.
Na semana passada, Guedes usou uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar para atacar a China. Segundo ele, “o chinês inventou o vírus”, mas desenvolveu uma vacina menos eficiente que aquelas criadas por empresas americanas.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.