Afrouxou a tanga: temendo CPI, Sergio Moro promete revelar quanto ganhou na Alvarez & Marshal [vídeo]

Após pedido de quebra de sigilo, feito pelo TCU, Sergio Moro anuncia divulgação de ganhos em consultoria nos EUA.

O suspeito ex-juiz Sergio Moro (Podemos) afrouxou a tanga temendo uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar quanto ele ganhou no escritório americano Alvarez & Marshal, que promove a recuperação judicial de empreiteiras penalizadas pela Lava Jato.

“Apesar da natimorta CPI e das ilegalidades do processo no TCU, eu, por consideração aos brasileiros e em nome da transparência que deve pautar a política, na sexta divulgarei meus rendimentos na empresa em que trabalhei”, prometeu Moro, que vem sendo muito cobrado nas últimas horas.

Dentre as clientes da Alvarez & Marshal, firma que Moro virou sócio-diretor, após deixar a toga, está a Odebrecht.

Deputados e senadores, que articulam a CPI, dizem que Moro praticou revolving door — quando um servidor público migra para o setor privado na mesma área em que atuava, levando consigo benefícios à empresa, como acesso a informações privilegiadas — e lawfare, uso estratégico do sistema jurídico em benefício próprio.

Sergio Moro vinha se recusando a mostrar quanto ganhava e quanto ganha após deixar a magistratura. Por isso, no Congresso, entrou em voga a tese de que com fogo no rabo até preguiça corre –em alusão ao Ministério Público junto ao TCU, que encaminhou pedido para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) seja acionado e ajude a quebrar o sigilo que impede a divulgação do salário do ex-juiz nos Estados Unidos.

Economia

A intenção do TCU e do MP é a quebra do sigilo ajuda para averiguar se houve ou não conflito de interesses no caso.

Pode parecer piada pronta, mas o ex-juiz Moro atuou na área de compliance da consultoria americana Alvarez & Marsal ao deixar o Ministério da Justiça, em 2020.

De acordo com o TCU, de todo o faturamento da consultoria como administradora de processos de recuperação judicial, cerca de 75% advêm de empresas implicadas pela Lava Jato, da qual Moro era o juiz principal.

Sergio Moro publicou um vídeo sobre essa questão [assistir]