Na sexta-feira (11), a ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT) se adiantou para anunciar a liberação R$ 817 milhões pela Secretaria Nacional do Tesouro (STN). Assim, a petista se colocava como “mãe” do empréstimo do Proinveste ao Paraná.
O deputado Ademar Traiano (PSDB), líder e guru ideológico do Palácio Iguaçu, subiu nas tamancas e classificou o oportunismo de Gleisi como “cara de pau”. Segundo o tucano, considerado o “pai” da liberação, “ela trabalhou 510 dias contra o empréstimo ao Paraná”.
O diabo é que apareceram dois novos “pais” para a operação de crédito liberada pelo secretário Arno Augustin, da STN. Trata-se do deputado federal João Arruda (PMDB) e do deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). Coube ao jornalista Celso Nascimento, colunista da Gazeta do Povo, neste domingo (13), fazer teste de DNA.
“Deles partiram os primeiros esforços para que um grupo pluripartidário de parlamentares fosse recebido, na última quarta-feira, pelo chefe da STN. A audiência serviu, no mínimo, para desanuviar o ambiente até então contaminado por radicalismos de natureza política que em nada contribuíam para a solução do impasse”, escreveu Nascimento.
Arruda sobrinho do senador Roberto Requião (PMDB), é cotado para a Casa Civil, caso o tio vença a eleição de 5 de outubro. Romanelli também é lembrado para reassumir a liderança do governo, numa eventual vitória peemedebista. Esses dias, por exemplo, testemunhas dizem ter visto o mais famoso “pula-catraca” do Hemisfério cantarolando “me chama que eu vou” em plena Boca Maldita, em Curitiba.
Este blog registrou no começo do mês que o Palácio Iguaçu desconfia das movimentações de Romanelli, ex-secretário de Estado do Trabalho. Os palacianos acreditam que o parlamentar esteja fazendo três cantos!, ou seja, levantando a bola para os adversários do governador Beto Richa (PSDB) chutar (clique aqui).
Na prática o que o colunista da Gazeta do Povo quer dizer é que o empréstimo de R$ 817 milhões saiu “apesar” do time de Richa. Para Celso Nascimento, a grana do Proinveste foi obra “consorciada” entre os requianistas Romanelli e Arruda e a petista Gleisi Hoffmann.
Na tese desenhada, na disputa da opinião, Richa levou um “chapéu de touro”, embora assuma a paternidade, o “filho” é de outro “pai” e de outra “mãe”.
Afinal, quem é a “mãe” e quem é o “pai” da liberação dos empréstimos ao Paraná?
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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