Adesão da bancada do PMDB ao governo Beto Richa já enfrenta crise

Deputado Ademar Traiano. Foto: Denis Ferreira Neto.
A bancada estadual do PMDB, que aderiu no mês passado ao governo de Beto Richa (PSDB), mostra insatisfação na Assembleia Legislativa do Paraná. A relação entre tucanos e peemedebistas enfrenta a primeira grande crise. Prova disso, na semana passada, foi derrubado o veto do governador em exercício Flávio Arns (PSDB) ao projeto que prevê a implantação dos Jogos Paradesportivos do Paraná.

O descontentamento da bancada do PMDB não para por aí. Os parlamentares “pê” da vida com a dupla tucana Ademar Traiano e Valdir Rossoni, líder do governo e presidente da Casa, respectivamente. Eles, segundo os peemedebistas, teriam devolvido dinheiro do legislativo ao governo com o compromisso de recebê-lo de volta em forma de investimentos em suas bases eleitorais.

De acordo com um deputado, a coisa funcionaria mais ou menos assim: a Assembleia devolve aos cofres públicos R$ 10 milhões, mas o dinheiro fica “carimbado” para atender as demandas da própria mesa executiva.

Rossoni, por exemplo, foi contemplado com uma escola de R$ 3 milhões em Diamante do Sul e com 150 casas populares em União da Vitória; Traiano conquistou R$ 4 milhões a fundo perdido junto ao Departamento de Estrada e Rodagem (DER) para adequação de estradas nos municípios que atende. Ou seja, os dois tucanos gozam de privilégios que os outros colegas não têm, mesmo apoiando cegamente o governador Beto Richa.

A implantação de Batalhões de Fronteira nos municípios de Santo Antônio do Sudoeste e Marechal Cândido Rondon, bases eleitorais dos deputados Ademar Traiano (PSDB) e à‰lio Rusch (DEM), respectivamente, também gerou confusão entre os próprios governistas. Adelino Ribeiro (PSL) defendia que uma das unidades fosse instalada em Cascavel. Ele chegou a bater boca no plenário, semana passada, com Rusch.

“O clima está pesado na Assembleia. Os deputados deverão começar a contestar o líder do governo (Ademar Traiano) no plenário. A estratégia dos descontentes é criar uma saia-justa lembrando os casos de nepotismo cruzado”, disse um deputado “tucano” do PMDB.

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