Acordo de Bolsonaro abriu mercado para a União Europeia, depois de a Lava Jato quebrar empresas brasileiras

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia prevê a abertura da participação recíproca em licitações. Ou seja, Brasil, Argentina e Paraguai poderão disputar obras nos países europeus e vice-versa. Mas aí é que a porca torce o rabo.

Antes, porém, é bom lembrar que tinha uma Lava Jato no caminho. A força-tarefa de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, como foi registrado aqui ontem (1º), quebrou as principais construtoras do País cujas receitas diminuíram em 85% desde 2015.

A abertura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) proporcionará mercado abundante para as companhias estrangeiras e as brasileiras não terão força sequer para disputar obras no próprio Brasil. Só aqui na Terra de Santa Cruz o volume de negócios pode chegar a R$ 100 bilhões por ano no âmbito da União.

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Sem condições de as empresas verde-amarelo irem disputar as licitações de até € 1,3 trilhão (R$ 5,6 trilhões), necessariamente a entrada das multinacionais nestas plagas gerará a quebra generalizada da economia nacional com consequências gravíssimas. Um dos resultados práticos será a duplicação do desemprego, hoje em 13 milhões de trabalhadores.

A experiência de Bolsonaro, de abrir o mercado para o estrangeiro, já foi tentado em 1990 no governo do ex-presidente Collor de Mello. Mas agora o cenário, em tempos de Lava Jato, é muito pior para as empresas brasileiras que foram enfraquecidas pelas sucessivas incriminações.

Economia

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), que já presidiu o Eurolat, assim resumiu o acordo firmado por Bolsonaro: “Não tenho dúvida, o acordo de livre-comércio do Mercosul com a Europa é tão benéfico ao Brasil quanto a terra ser plana.”

“A Europa protege seus setores mais fracos e abre as portas do Mercosul para seus setores dinâmicos. Cabe agora ao nosso Congresso analisá-lo em profundidade”, completou o emedebista.