A votação sobre o voto impresso será no ‘painel eletrônico’ da Câmara, já reclama Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um sujeito que não sabe mesmo perder. Não tem flyer player, joga com deslealdade. Senão, vejamos.

A Câmara decidiu apreciar nesta terça-feira (10/08) a história do voto impresso, depois de a proposta ser rechaçada na sexta-feira (06/08) pela comissão especial da Casa por 23 votos a 11.

Antevendo uma nova goleada no plenário, Bolsonaro já reclama que a votação sobre o voto impresso será no ‘painel eletrônico’ da Câmara. O mandatário reivindica que os parlamentares votem no papelzinho, como antigamente, há 30 anos.

O presidente da República, numa entrevista, afirmou ainda que o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “apavorou parlamentares” para barrar o avanço do voto impresso no Congresso. “Parece que o poder de persuasão e intimidação do Barroso está fazendo a diferença dentro do parlamento brasileiro”, disse, admitindo a derrota de amanhã.

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Apesar da reclamação de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), jurou hoje que o resultado da votação da proposta de emenda constitucional, que torna obrigatório o voto impresso (PEC 135/19), será respeitado, seja ele qual for. O deputado acrescentou que teve a garantia de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai respeitar a decisão da Casa.

“As instituições precisam serenar, precisam saber que é necessário um autocontrole”, disse. “É a decisão mais acertada [levar para o Plenário] e Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do Plenário. Eu confio na palavra do presidente da República ao presidente da Câmara.”

Apesar da sinalização de Bolsonaro e da garantia do presidente da Câmara, as forças armadas realizarão na manhã desta terça um desfile de blindados em frente ao Congresso Nacional.

“Bolsonaro quer intimidar o Congresso Nacional fazendo desfile de blindados na Esplanada amanhã?”, questionou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT. “O país numa grave crise e vão mobilizar gente e equipamento, gastando dinheiro publico pra satisfazer sua índole autoritária?! E as Forças Armadas vão aceitar isso?!”, perguntou a dirigente petista com ar de preocupação.