Dificilmente o presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) ultrapassará o adversário nas pesquisas eleitorais, no entanto, as abstenções são o maior adversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste segundo turno das eleições 2022.
Segundo a série de sondagens divulgadas nesta segunda etapa eleitoral, apenas 1% do eleitorado brasileiro está indeciso enquanto a vantagem de Lula pode chegar até 8 pontos em alguns institutos. Logo, presume-se, a tarefa de Bolsonaro para suplantar o petista parece impossível do ponto de vista numérico.
Entretanto, porém, ademais, as abstenções neste segundo turno tiram o sono da campanha de Lula e dos candidatos a governador do PT nos estados.
No primeiro turno, por exemplo, a Bahia foi um dos estados com maior abstenção no primeiro turno. Lula obteve 69,73% dos votos válidos, contra 24,31% de Bolsonaro. Cerca de 2,4 milhões de eleitores deixaram de comparecer nas urnas. Isso significa nada mais nada menos que 22% dos baianos não votaram no início deste mês.
Histórico de abstenções
Nas eleições 2022, a taxa de abstenção no Brasil atingiu 20,9%, maior percentual desde 1998; em 2018, foi de 20,3%.
Mais de 32 milhões de eleitores não compareceram às urnas no primeiro turno das eleições 2022, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O maior percentual de abstenção foi registrado em 1994, quando cerca de 1 em cada 3 eleitores aptos não compareceram.
A abstenção tem crescido desde 2006, quando 16,8% dos eleitores não votaram.
Em 2010, o índice subiu para 18,1%.
Quatro anos depois, em 2014, a abtenção foi para 19,4%.
E nas eleições presidenciais passadas, em 2018, alcançou 20,3%.
Em número de eleitores, a porcentagem desse ano representa 32 milhões de pessoas.
No primeiro turno de 2018, 29,9 milhões de votantes se abstiveram do voto.
Nesta sexta-feira (21/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de caminhada em Juiz de Fora (MG), às 17h, novamente, ele reforçará o pedido para ampliar a mobilização da militância com o intuito de diminuir as abstenções. Nesse estado em que o petista venceu no primeiro turno, a abstenção foi de 22,2%.
Passe livre no segundo turno
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para autorizar prefeituras e empresas de ônibus a oferecerem transporte público gratuito no segundo turno das eleições, que será realizado no próximo dia 30. A decisão atende a pedido feito pelo partido Rede Sustentabilidade.
No entanto, a decisão do STF não enquadra o desrepeito do passe livre no segundo, pelos prefeitos, um ato de improbidade administrativa ou crime eleitoral. Ou seja, o transporte público dos eleitores ainda suscita cuidados na mobilzação para diminuir as abstenções.
Uso da máquina pública
Claro que além das abstenções chama a atenção o uso da máquina pública a favor de Bolsonaro, inclusive por governadores bolsonaristas.
Nas últimas horas, Bolsonaro foi acionado devido o uso da máquina com pacote bilionário de medidas eleitoreiras no segundo turno. Confira abaixo:
- Antecipação de pagamentos a caminhoneiros e taxistas
- Governo libera 12 bancos a conceder consignado do auxílio
- Caixa dá até 90% de desconto em dívidas de 4 milhões de devedores
- Governo inclui 477 mil no Auxílio Brasil; total vai a 21,1 milhões
- Governo coloca mais 200 mil famílias para receber Auxílio Gás
- Governo usa estrutura da TV Brasil para exaltar Guedes
- Governo já distribuiu 6,6 milhões de cartões do Auxílio Brasil
- Uso dos Palácios para atos de campanha eleitoral
Sobre o segundo turno das eleições 2022
- Dia e horário de votação: O segundo turno ocorre no domingo, dia 30 de outubro, das 8h às 17h, no horário de Brasília.
- Onde votar: O eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou através do aplicativo e-Título, acessando “onde votar”.
- Quem deve votar: Todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos, serão obrigados a votar no dia da votação, isto é, 2 de outubro ou 30/10 em caso de segundo turno.
- O voto é facultativo apenas para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.
Ordem para votar no segundo turno
- Governador (em casos de estados que terão segundo turno para disputa do cargo) – dois dígitos
- Presidente — dois dígitos
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