Por que Ratinho Junior teme o confronto eleitoral ‘mano a mano’ com Roberto Requião

“Qual a principal obra de governador Ratinho?”, pergunta frequentemente o ex-senador Roberto Requião (sem partido) a seus interlocutores para ele mesmo responder em seguida: “o rodízio de água nas torneiras e tarifas abusivas da Sanepar” –denunciando a falta de investimentos em infraestrutura e aliviando a suposta culpa de São Pedro.

Pré-candidato ao governo do Paraná nas eleições de 2022, Requião diz que seu adversário Ratinho Junior (PSD) fez o pior governo da história e não tem uma única obra que possa mostrar ao estado durante a campanha. “A não ser a tarifa abusiva de energia elétrica da Copel, a tentativa de ampliar mais 15 praças de pedágio e prorrogar por mais 30 anos o pedágio mais caro do mundo”, corrige-se rapidamente.

Segundo Requião, ainda tem a renúncia fiscal de R$ 17 bilhões para empresas “ocultas” cujo dinheiro será tirado de reajustes dos servidores públicos, da construção de hospitais públicos e obras de interesse de toda a população paranaense.

É nesse contexto que Ratinho Junior quer evitar o confronto eleitoral nas eleições do ano que vem.

Requião afirma a seguidores que encara o desafio ‘mano a mano’ contra Ratinho Junior, que, temendo a chegada dessa hora, luta para demover o ex-senador da disputa.

Mensageiros do Palácio Iguaçu foram enviados lhe oferecendo uma campanha “tranquila” para voltar ao Senado ou mesmo a “segurança” de uma cadeira na Câmara. No entanto, Requião garante que está focado na volta ao cargo de governador do Paraná, posto que já ocupou três vezes.

Economia

Bateu a paúra em Ratinho e nos aliados após pesquisas apontarem que Requião dobrou de tamanho com a realização da “Caravana da Esperança“, que percorreu 10 regiões do estado, e o avanço do ex-presidente Lula no Paraná vai se configurando numa “onda” capaz de favorecer muito o ex-senador. O tamanho do petista também tende a dobrar nas terras das araucárias a partir de fevereiro, analisam os “luas-pretas” do Palácio Iguaçu.

O melhor cenário para Ratinho Junior seria o ex-senador Roberto Requião desistir da disputa, não concorrer a nada, ir para casa cuidar dos netos, jogar bocha ou frequentar a sauna do Clube Curitibano. Não encher o saco nas eleições de 2022, imagina o filho do Ratão.

Nesta semana, véspera de Natal, apoiadores de Ratinho saíram a campo para “convencer” o velho Requião a “afrouxar a tanga” na corrida eleitoral do ano que vem. No entanto, parece que essa tática não funcionou muito bem. O tiro parece ter saído pela culatra.

A federação partidária, inovação nas eleições de 2022, pode ajudar a “Geringonça” de Requião no Paraná. A estrutura verticalizada dessa associação partidária impede a infidelidade que era praxe na época das coligações circunstanciais. PT, PSB, PV, PCdoB e PSOL marcham célere para forjar uma estrutura política e ideológica para os próximos quatro anos.

Para concorrer por essa federação, Requião precisa apenas de uma “etiqueta” porque ele já fez um laboratório com essas agremiações durante a caravana e nas reuniões da “Geringonça” no primeiro semestre deste ano. Pode ser PT, PSB, PV, PCdoB ou PSOL –embora os socialistas paranaenses prometam a Ratinho que estão com ele e não abrem.

Sobre as pesquisas, Roberto Requião minimiza os números de alguns institutos que ainda o mostram em desvantagem na disputa direta contra Ratinho Junior: “As pesquisas não mudam a realidade, mas eu posso mudar a realidade”.

Resumo da ópera: teremos eleições no Paraná em 2022.