Por 47 x 32, Senado aprova “terrivelmente evangélico” para o Supremo

O advogado e pastor André Mendonça, “terrivelmente evangélico”, foi aprovado por 47 votos a 32 para a vaga em aberto no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele ficou na fila do gargarejo durante 4 meses, antes da sabatina na CCJ e apreciação pelo Senado.

Ex-advogado-geral da União, André Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com a aposentadoria compulsória do ministro Marco Aurélio de Mello no mês de julho passado.

“Terrivelmente evangélico”, o novo ministro do Supremo jurou aos senadores que não irá fazer orações semanais antes das sessões na corte — como exige Bolsonaro. “Na vida, a Bíblia. No Supremo, a Constituição”, disse Mendonça, ao afirmar que se compromete com o Estado laico.

Ele ainda disse que delação não é prova, prometeu garantir os direitos das minorias –como a união civil do mesmo sexo– e moderação no porte de armas de fogo.

André Mendonça, no afã de defender o chefe, foi questionado sobre inquéritos abertos contra jornalistas, por ordem dele, quando ministro da Justiça, com base na Lei de Segurança Nacional, que entrou em vigor durante a ditadura militar e foi revogada pelo Senado em agosto desse ano.

O ex-senador Roberto Requião (sem partido) afirmou no Twitter que o Orçamento Secreto no Congresso pode ter feito a diferença na votação.

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“Depois da votação do Orçamento e das emendas secretas passei a imaginar que alguns senadores, além de escritório político, mantêm ateliê! Ou seja, costuram pra fora!”, ironizou.

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Quem é André Mendonça, novo ministro do STF

André Luiz de Almeida Mendonça, 49 anos, é doutor em estado de direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Mendonça também já ganhou o Prêmio Innovare, que reconhece boas práticas do poder Judiciário.

Advogado da União desde 2000, foi advogado-geral da União de 2019 a 2020 e ministro da Justiça e Segurança Pública de 2020 a 2021, no governo Jair Bolsonaro.

No final de março de 2021, retornou ao cargo de advogado-geral da União, exercendo-o até agosto do mesmo ano.

O ex-ministro, que como titular da AGU participou das sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) e manifestou as posições da União em processos na Corte, tem interlocução com ministros do tribunal. Ele tinha sido escolhido para o cargo na AGU ainda na transição para o governo de Bolsonaro, logo após a eleição, em novembro de 2018.