Pibinho de Bolsonaro decepciona até Michelle Bolsonaro; PIB de Bolsonaro recuou 0,1% no 3º trimestre

O pibinho –PIB pequeno– do presidente Jair Bolsonaro (PL) decepcionou até a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, recuou 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. O PIB, no período, somou R$ 2,2 trilhões. Os dados foi divulgado nesta quinta-feira (02/11).

Enquanto o pibinho de Bolsonaro envergonha até dona Michelle Bolsonaro, Chile, Portugal e Reino Unido esbanjaram vigor econômico com crescimento de quase 5% no mesmo terceiro trimestre (veja gráfico abaixo).

Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, no entanto, houve uma alta de 4%. O PIB também acumula alta no período de 12 meses (3,9%).

Na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, a queda foi puxada pelo setor agropecuário, que teve perdas de 8%. Segundo a pesquisadora Rebeca Palis, do IBGE, o resultado foi influenciado pelo encerramento da safra de soja, que fica mais concentrada no primeiro semestre do ano.

“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, afirma a pesquisadora.

Economia

A indústria manteve-se estável no período. Por outro lado, a alta de 1,1% do setor de serviços evitou um recuo maior do PIB no terceiro trimestre. A construção cresceu 3,9% e evitou uma queda da indústria.

A alta dos serviços foi puxada por outras atividades de serviços (4,4%), informação e comunicação (2,4%), transporte, armazenagem e correio (1,2%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As atividades imobiliárias mantiveram-se estáveis, enquanto atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados e comércio tiveram quedas de 0,5% e 0,4%, respectivamente.

Sob a ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, caiu 0,1%. O consumo das famílias cresceu 0,9%, enquanto o consumo do governo subiu 0,8%.

No setor externo, houve quedas nas exportações (-9,8%) e importações (-8,3%) de bens e serviços.

O IBGE também divulgou uma revisão do desempenho do PIB em 2020. A taxa de queda de 4,1%, informada anteriormente, foi corrigida para um decréscimo de 3,9%.

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Dados sobre desemprego desmentem Bolsonaro e Paulo Guedes

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes não se cansam de passar vergonha e de serem desmentidos pelos dados do próprio governo. Desta vez, o Ministério do Trabalho e da Previdência Social é quem traz o desmentido, apresentando números que desmascaram o discurso de que a economia brasileira já se recuperou, como Guedes diz a todo instante para quem ainda se dispõe a ouvi-lo.

A pasta divulgou na terça-feira (30) uma revisão dos dados de 2020 do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Resultado: o número de empregos que teriam sido criados no país em 2020 não existe. A nova análise mostra na verdade que, em vez de criar, o Brasil destruiu empregos no ano passado. Foram 191,5 mil vagas formais que desapareceram.

Os dados do Caged 2020 foram divulgados pela primeira em janeiro deste ano. Na época, o governo disse que, graças a um aumento do número de vagas no fim do ano, o Brasil teria criado 142.690 empregos. Imediatamente, Guedes e Bolsonaro passaram a dizer que esta era uma prova indiscutível de que a economia havia se recuperado. Porém, no começo deste mês, uma primeira revisão abaixou esse número para 75.883. E, agora, a segunda revisão mostra a realidade. Não se criaram empregos, se desfizeram.

Na avaliação do economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, os novos dados representam uma “vergonha para o Ministério da Economia e para a equipe técnica que validou o novo Caged”. “A Segunda revisão metodológica realizada indicou mais erros, reduzindo ainda mais a quantidade de empregos criados em 2020. O saldo de emprego que era positivo, tornou-se agora negativo”, resumiu Pochmann no Twitter.

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Pochmann chamou a atenção ainda para outro dado, também divulgado na terça-feira, que mostra a incompetência de Bolsonaro e Guedes para proteger o emprego e a renda dos brasileiros. Segundo o IBGE, a renda média dos trabalhadores caiu 4% no terceiro trimestre deste ano. É a quarta queda trimestral consecutiva, informou o jornal Valor Econômico.

No quarto trimestre de 20220 e nos dois primeiros deste ano, as quedas foram, respectivamente, de 4%, 0,8% e 2,8%. Com a nova queda anunciada, o ganho médio do trabalhador brasileiro caiu para R$ 2.459. “É o mesmo valor de 2012”, apontou Pochmann. “Onde estão aqueles que defendiam que o custo menor de contratação do trabalhador estimularia o empregador a contratar mais?”, indagou o economista.

Estão calados, pois também foram desmentidos pela realidade. Os ataques aos direitos trabalhistas realizados após o golpe contra Dilma Rousseff não ajudaram a criar mais empregos. Pelo contrário. Desde 2016, o desemprego aumentou no país 70%, mostram números do IBGE. E, neste ano, a recuperação tão anunciada também não vem. Outubro, informou o mesmo Ministério do Trabalho, registrou a segunda queda seguida no número de vagas criadas.

Para onde quer que se olhe, se veem dados que desmentem a ladainha de Guedes de que a economia do país vai bem. O mercado já prevê que a inflação em 2021 vai fechar acima dos 10% e, segundo o FMI, o Brasil viverá uma alta de preços maior que a de 89% dos países de todo o mundo. O mesmo FMI diz ainda que, em 2022, o Brasil terá o menor crescimento entre todas as nações do G20.