Ratinho Junior passa de favorito para projeto duvidoso em 2022

Não convide para a mesma ‘motociata’ o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que pode dar chabu depois da desfeita do filho do apresentador Ratinho com o mandatário da República no começo deste mês.

Ratinho Junior não compareceu à agenda presidencial no dia 6 de novembro, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, porque preferiu visitar o município de Londrina, no Norte do estado, na mesma data e no mesmo horário. Isso magoou bastante Bolsonaro.

Bolsonaro disse a correligionários que guardou essa mágoa com o governador do Paraná dentro da geladeira para “durar mais”, segundo o presidente. Ato contínuo, o inquilino do Palácio do Planalto determinou que aliados paranaenses providenciem candidatura alternativa da direita contra Ratinho Junior.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que viu uma oportunidade nessa crise nessa chifrada, sacou o nome de seu irmão, o ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros II, como candidato ao Palácio Iguaçu no ano que vem. Ele se filiará no partido do presidente da República, seja PL ou PP [ele já está alistado no Progressistas].

Ratinho Junior sinalizou apoio ao suspeitíssimo ex-juiz Sergio Moro, recém-filiado no Podemos, à sucessão de Bolsonaro, e à reeleição de Alvaro Dias (Podemos) ao Senado. Ocorre que o partido do governador, o PSD, ensaiou uma candidatura presidencial Rodrigo Pacheco (MG), presidente do Senado, de olho na vice na chapa do ex-presidente Lula. Isto significa dizer que Ratinho Junior, caso faça essa movimentação pró-Moro, terá de sair do PSD para fazer essa bruxaria eleitoral de 2022 em outra agremiação partidária.

A situação de Ratinho é a seguinte no Paraná: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Economia

Se Ratinho Junior correr do acordo com Alvaro, necessariamente, o Podemos lançará o senador Flávio Arns como candidato ao governo do Paraná. Se confirmar que chifrou Bolsonaro, o presidente apresentará Silvio Barros II como seu palanque no Paraná.

A divisão dos palanques a estibordo – Bolsonaro x Moro – vem beneficiando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo pesquisa mais recente, do IRG, o petista já virou em Curitiba, cidade que se mostrava arredia às teses de esquerda desde os anos 2000 quando o então deputado Angelo Vanhoni, do PT, disputou o segundo turno com Cássio Taniguchi (DEM) e Beto Richa (PSDB).

Na pluralidade de candidaturas, o ex-senador Roberto Requião (sem partido), pela federação de esquerda, que possivelmente irá reunir PT, PSB e PCdoB, praticamente carimba seu passaporte para o segundo turno na disputa pelo governo do Paraná.

O “Fenômeno Lula”, que começa a ser desenhado no horizonte, é outro fator que pode atropelar Ratinho Junior, haja vista que hoje a polarização eleitoral ocorre entre Lula e Bolsonaro. As intenções de voto de Moro, até agora, permanecem dentro da margem de erro, a despeito do esforço da Globo e da velha mídia corporativa.

Não foi à toa que aliados do governador Ratinho Junior procuraram esta semana Requião para lhe propor um acordo inusitado: desistência da disputa pelo Palácio Iguaçu pelo apoio do à corrida pelo Senado. Após disparar palavrões impublicáveis contra o interlocutor [%@#(!*], Requião foi lacônico na resposta: ‘Nem a pau, Ratinho!

Para ampliar o desconforto de Ratinho Junior, a Caravana Requião chegou esta quinta-feira (18/11) a Maringá, depois de percorrer seis municípios de regiões diferentes. Nessas localidades, de acordo com lideranças suprapartidárias, está havendo grande receptividade a Roberto Requião –que tentará se eleger pela quarta vez governador do Paraná.

O Blog do Esmael vai transmitir o encontro de hoje ao vivo, a partir das 19h30, para o Brasil e o mundo.

O movimento “Volta Requião” também recebe um embalo do “Volta Lula” entoado sobretudo pela militância progressista de partidos e movimentos sociais.

Como se vê, Ratinho Junior passou de favorito para projeto duvidoso em 2022 depois da “Geringonça” requianista colocar o pé na estrada neste segundo semestre, algo inédito na política brasileira nesses tempos de quase pós-pandemia.

Caravana Requião ao vivo – Maringá/PR

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