New York Times repercute comoção com morte da cantora Marília Mendonça em acidente de avião aos 26 anos

Deu no New York Times. O maior jornal do mundo repercutiu a morte da cantora de estilo sertanejo Marília Mendonça, aos 26 anos, em um acidente de avião no estado de Minas Gerais. A publicação americana descreve a artista como uma popular cantora pop brasileira que era conhecida como “a rainha do sofrimento” por suas baladas emocionantes e cheias de angústia.

Além de Marília Mendonça ainda morreram seu produtor, Henrique Ribeiro; seu tio, que também era seu assistente, Abicieli Silveira Dias Filho; e o piloto e copiloto do avião.

O avião partia da cidade de Goiânia para Caratinga, onde Marília deveria se apresentar em show na noite de sexta-feira.

O Times registra que Marília Mendonça foi icônica em um tipo de música country brasileira chamado sertanejo, um gênero popular no Brasil.

Suas legiões de fãs encontraram poder nas letras de suas canções, que imploravam às mulheres que rejeitassem relacionamentos ruins e abusivos, e contava histórias de personagens imperfeitos.

Ela ganhou o Grammy Latino de 2019 de melhor álbum de sertanejo por “Em Todos Os Cantos”.

Economia

Marília Mendonça foi uma sensação nas redes sociais, com 7,8 milhões de seguidores no Twitter, 22 milhões no YouTube e mais de 38 milhões no Instagram.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse no Twitter: “Todo o país recebe em choque a notícia da morte da jovem cantora sertanejo Marília Mendonça, uma das maiores artistas de sua geração, que, com sua voz única, carisma e música conquistou o carinho e a admiração de todos nós.”

Anitta, uma cantora de funk popular no Brasil, disse no Twitter: “Acabei de descobrir. Eu não posso acreditar.”

Alguns círculos cosmopolitas do Brasil desprezaram as baladas sertanejas de Marília Mendonça classificadas como “brega” ou música “cafona”, relatou a NPR (Rádio Pública Nacional, em português) em 2019.

“Sentimentais ou não, suas canções oferecem uma perspectiva feminina que não foi muito ouvida na cultura machista do sertanejo, e isso fez de Marília Mendonça a voz principal de um novo subgênero chamado ‘feminejo’ – música por e para mulheres”, disse o NPR.

Marília Mendonça nasceu em 22 de julho de 1995, em Cristianópolis, uma pequena cidade do estado de Goiás, no interior do sertanejo. Começou a compor aos 12 anos e começou no sertanejo escrevendo canções para outros artistas.

Marília Mendonça, que deixa um filho de 2 anos, emergiu como ícone do gênero musical em 2016, com sucessos como “Infiel” (Infiel) e “Eu sei de cor” (I Know It by Heart) .

No sábado, os restos mortais de Marília Mendonça foram transportados para seu estado natal, onde cerca de 100 mil fãs enlutados se reuniram em seu velório, que estava sendo realizado em uma arena esportiva em Goiânia, capital do estado de Goiás.

Avião é retirado do local onde caiu em Minas, matando cinco pessoas

O avião que caiu com a cantora Marília Mendonça foi retirado neste domingo (7) do local da tragédia e será transportado para o aeroporto de Caratinga. A remoção dos destroços da aeronave começou de manhã e a expectativa é que o trabalho seja encerrado até o fim do dia.

A aeronave, um bimotor, foi puxada por um guindaste e retirada das pedras próximas a uma cachoeira. Na noite de sábado (6), o aparelho já havia sido retirado da correnteza da cachoeira, onde caíra após colidir com uma linha de transmissão de energia elétrica.

O acidente ocorreu a cerca de dois quilômetros do aeroporto, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no oeste de Minas Gerais, na tarde de sexta-feira (5). Além da cantora, também morreram no acidente o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Ribeiro e os dois tripulantes.

O avião era propriedade da empresa Pec Táxi Aéreo Ltda e estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 1º de julho de 2022.

Após o acidente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão do Comando da Aeronáutica, foi acionado para investigar a queda do aparelho.

Na tarde de sábado, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) divulgou um comunicado sobre o acidente. A aeronave colidiu com uma linha de transmissão de energia elétrica. Segundo o informe, a “linha de distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente de ontem, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), do Comando da Aeronáutica Brasileiro”.

Investigações
A empresa disse ainda que as investigações das autoridades irão esclarecer as causas do acidente. “A companhia novamente lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas”, diz o comunicado.

Neste domingo foram realizados os enterros do piloto da aeronave Geraldo Medeiros, de 56 anos, e do copiloto, Tarciso Viana, de 37 anos, no Distrito Federal. Geraldo foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em Brasília. O copiloto, Tarciso Pessoa Viana, foi sepultado no Cemitério de Taguatinga, no Distrito Federal. Tarcíso deixou dois filhos e a esposa grávida de oito meses.

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