Malafaia fica com dor de cotovelo depois da reunião de Lula com evangélicos

O pastor Silas Malafia, da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, com ficou com dor de cotovelo depois que o ex-presidente Lula se reuniu com um comitê suprapartidário de evangélicos no fim de semana.

Aos representantes de comunidades evangélicas, Lula disse no sábado (27/11) que seu governo teve uma extraordinária relação com todas as igrejas e governou para todos, sem distinção de religião, credo ou etnia.

Sentindo-se escanteado e com uma dor terrível no cotovelo, Malafaia atacou o petista:

“A esquerda é contrária a todos os nossos princípios ideológicos. O PT votou contra tudo aquilo que temos como princípio básico e não abrimos mão. Lula não vai enganar o povo evangélico”, disparou o religioso.

Malafaia, pastor da Igreja Bolsonaro, disse votou em Lula nas eleições de 2002 e 2006. Nas eleições de 2014, contra Dilma, o chefe da Vitória em Cristo, apoiou Pastor Everaldo (PSC), que acabou preso por suspostamente afanar recursos do combate à covid-19.

Lula, por sua vez, torce o nariz para a dor de cotovelo de Silas Malafaia e explica seu relacionamento com os evangélicos e demais denominações religiosas.

Economia

“Quando fui presidente, não queria governar para um pastor, eu queria governar para o povo. Tive uma extraordinária relação com todas as igrejas e governei para todo mundo”, disse o ex-presidente, que, logo no seu primeiro ano de governo, em 2003, sancionou a lei que incluiu as entidades religiosas como pessoas jurídicas de direito privado no Código Civil, abrindo espaço para a liberdade de culto.

“Precisamos defende o Estado laico e cada religião deve se organizar o jeito que quiser, por isso fizemos a reforma do Código Civil, para abrir a liberdade de culto”.

O mundo evangélico vê entrar água na arca de Bolsonaro e por isso busca reaproximação de Lula e do PT.

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“O que nós provamos foi que o Brasil tem jeito, a religião pode ser feita com muita verdade e ninguém precisa utilizar da boa-fé dos outros, porque a fé uma coisa sagrada. Tenho fé em Deus que a gente pode consertar esse país, podemos fazer a economia voltar a crescer, voltar a gerar emprego formal, cuidar do meio ambiente. Não podemos perder a fé do povo”, disse o ex-presidente, lembrado que, no seu governo, o Brasil chegou a ser a sexta maior economia do mundo, mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada foram criados.

O retrocesso, a partir do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, ocorreu em grande parte por preconceito, já que os pobres passaram a viver com mais conforto, a viajar e a ocupar as universidades. Com o retrocesso, hoje 19 milhões de brasileiros passam fome diariamente.

Lula ainda lembrou que nos 580 dias que esteve preso injustamente ele leu muitos livros e assistiu a muitos cultos na TV. Ele contou que, quando saiu da prisão, foi visitar o Papa Francisco e o Conselho Mundial das Igrejas, porque nutria a ideia de criar uma luta mundial contra a desigualdade.

“Não podemos nos conformar. Não é possível que nosso país seja o terceiro maior produtor de alimento do mundo e muita gente vai neste país vai dormir sem comer. É possível construir outro mundo.”

Ao recordar sua trajetória, que saiu da miséria, no Nordeste, tornou-se metalúrgico, sindicalista, fundou o maior partido político do país e tornou o melhor presidente que o Brasil já teve, Lula disse ver a mão de Deus no seu caminho.

“Eu, que jamais tinha pensado em política, termino fundando um partido e viro presidente da República. Eu fico creditando tudo isso a mão de Deus”, disse, afirmando que seu maior feito foi a inclusão social.

“Muitos de vocês participaram do sucesso da redução da desigualdade no meu governo, porque o sucesso depende a participação do povo. A coisa que eu tinha mais orgulho era saber que os jovens da periferia deste país estavam mudando de vida e entrando para a universidade. Já provamos que podemos construir um país melhor”.

Encontro virtual com comunidades evangélicas

No encontro, a presidenta do PT disse que a causa pela qual o partido faz política é a defesa do povo pobre e do povo trabalhador. Gleisi Hoffmann lembrou que a população de baixa renda sempre foi tratada apenas como estatística, até a chegada do PT ao governo, colocando o combate à fome e a miséria como política de estado, com o Bolsa Família, a entrega de cisternas e o desenvolvimento regional.

“Nossa causa é lutar para que as pessoas vivam com dignidade. E estávamos conseguindo, até que veio o golpe contra a Dilma e a perseguição a Lula e terminamos na tragédia que se abateu no país”.

Gleisi também disse que todas as religiões devem ser respeitadas e não usadas na disputa política.
“Sempre respeitamos todas as religiões, nossos adversários trouxeram para a disputa política as questões dos valores, mentindo e atacando o PT. É muito importante ter a clareza que a religião é das pessoas e não é através dela que devemos fazer disputa. Respeitamos muito os evangélicos e todos os credos e religiões e o que queremos é melhora a vida das pessoas. Em 2022, vamos mudar esse país.”
Benedita da Silva lembrou que foi Lula quem sancionou a lei que criou a personalidade jurídica das igrejas e associações religiosas, em 2003, desvinculando-as dos clubes e dando liberdade ao direito de criar igrejas e praticar religiões. Bené também destacou os avanços sociais que o governo Lula promoveu, tirando 38 milhões de brasileiros da miséria, 13 milhões deles sendo evangélico.

“Todas as políticas implementadas no governo Lula atingiram e beneficiaram as famílias evangélicas brasileiras”, disse Benedita.

Por isso tudo que Silas Malafaia ficou com dor de cotovelo e ficou de mimimi.

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