Mais próximo ao PT, Roberto Requião fala hoje aos “Vozes Progressistas” no Space do Twitter

Após a segunda etapa de sua Caravana Me Chama Que Eu Vou, em Jacarezinho, Norte Pioneiro do Paraná, Roberto Requião fala às 19h desta sexta-feira (08/10) no programa “Vozes Progressistas” [@VozProgressista] –serviço radiofônico da militância do PT no Space do Twitter.

Na noite de quinta (07/10), cerca de 300 lideranças de 17 municípios da região recepcionaram a Caravana Requião Me Chama Que Eu Vou. O evento plural e suprapartidário reuniu movimentos populares, sindicais e integrantes do PT, PDT, MDB, PROS, PSB, DEM e Podemos.

Requião ainda não definiu para qual partido irá visando concorrer ao governo do Paraná em 2022, no entanto, ele parece ter dado passos firmes rumo ao PT. O partido de Luiz Inácio Lula da Silva é a principal força organizadora desses eventos regionais, que iniciaram no dia 23 de setembro no município de Francisco Beltrão, Sudoeste, e que já programou dia 23 de outubro, em Ponta Grossa, no Campos Gerais, a próxima e terceira etapa.

O deputado estadual Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, disse que a Caravana Requião chegou ao Norte Pioneiro para mudar os rumos do Paraná. Segundo o dirigente petista, lideranças de partidos políticos, sindicatos, movimentos e a população se reuniram em Jacarezinho porque “querem de novo um Paraná que valoriza a sua gente”.

Formalmente, Requião recebeu convites do PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB e até foi sondado pelos mandachuvas nacionais para voltar para o MDB.

A entrevista de Requião para Lua Santis [@LuaSantis], idealizadora do “Vozes Progressistas”, hoje à noite, às 19h, girará em torno da Caravana Volta Requião Me Chama Que Eu Vou, de seu futuro político-partidário, a campanha pela volta de Lula e a luta contra o neoliberalismo no País.

Economia

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Sobre a Caravana Requião Me Chama Que Eu Vou em Jacarezinho [07/10/2021]

Em seu discurso na noite de ontem, em Jacarezinho, Requião afirmou que o que acontece hoje no Paraná é reflexo do que acontece no país que, por consequência, reflete o que acontece globalmente diante dos interesses dos principais líderes mundiais.

“Se quisermos modificar uma realidade, em que pobre come carne de descarte de açougue, nós temos que conhece-la em profundidade. Senão, mais uma vez, teremos o voto emocional, acima da racionalidade. Estamos vivendo uma revanche do capital financeiro, é uma consequência histórica. Lá atrás, os movimentos sociais derrubaram a monarquia e as elites hereditárias da nobreza. A burguesia fez uma revolução no mundo, a mais notável foi a Revolução Francesa, com a extinção dos privilégios dos nobres. Mais tarde, surge uma reação a partir de um país como a União Soviética, com um movimento que se inspirava em Marx, onde se montou um regime que mexeu com a história do planeta. A existência da URSS amedrontou os donos do capital financeiro, estremeceu a Europa. Neste momento, surge um pavor do comunismo, e diante de uma grande pressão de sindicatos, movimentos sociais, de mulheres, de trabalhadores, etnias pressionando a estrutura, criou-se o que conhecemos hoje como social democracia, que era um recurso, um recuo do poder imperial, diante da pressão desses movimentos. Algo que deu finalmente poder de voto às mulheres, estabeleceram-se as leis sociais privilegiando os trabalhadores etc. Tanto que, no início do século passado, Bismark na tentativa da reunificação da Alemanha, criou a aposentadoria tripartite, para dar uma condição de velhice decente aos trabalhadores. Porém, isso acaba quando a revolução russa estiola. E a Europa liquida os direitos dos trabalhadores para restabelecer o poder do dinheiro, e que é o que está acontecendo hoje no Brasil”.

Requião disse que esse reflexo da política mundial se espalha com a globalização, num movimento acelerado. E que chegou ao nosso país, há alguns anos, na forma de um pacto coordenado pelo ex-presidente Michel Temer, chamado ‘Ponte para o Futuro’, na intenção de retomar a volta do liberalismo econômico, uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, rejeitando intervencionismo estatal. Nesta modalidade, o maior número possível de decisões econômicas são tomadas por empresas e indivíduos, não mais pelo Estado ou por organizações coletivas.

Inspirado nos ensinamentos do Papa Francisco, de quem é grande admirador, Requião repetiu uma frase que tem dito em todos os seus discursos e que representa uma reflexão importante para este momento vivido pelo mundo: “O capital é bom quando aplicado numa fábrica, produzindo bens que facilitam a vida em sociedade, mas não pode dominar o mundo. Tem que servir às pessoas, à felicidade, ao aumento do nível educacional e cultural, mas não pode dominá-las”.

Para Requião, a volta dessa ideia de liberalismo, para o Brasil, resultou na eleição desastrosa de um sujeito despreparado para o comando do país: “O Bolsonaro é o animador de picadeiro, desse circo em que o capital financeiro transformou o Brasil. É um animador de picadeiro desse país, onde o povo come sopa de ossos enquanto o Ministro da Fazenda tem bilhões de dólares depositados em paraísos fiscais”.

As consequências dessa falta de comprometimento com a população, segundo Requião, se refletem diretamente na falta de políticas públicas do governo Ratinho Júnior no Paraná. “Mas nem sempre foi assim”, disse. Ele relembrou as ações realizadas durante seus três mandatos como governador, e o quanto elas transformaram a vida da população. Destacou ainda os motivos que o levaram a deixar o MDB depois de 40 anos, e da necessidade de mais união entre os partidos para combater os desmandos dos atuais gestores dos governos nacional e estadual.

“Acredito que ainda temos como corrigir os erros desses que estão no poder e dar um novo rumo ao Paraná, por isso estamos aqui. Vamos enfrentar o problema, com coragem e forte apoio popular. É fundamental o apoio de vocês! Podemos consertar isso! Mas é preciso união, e conversar com menos emoção e mais racionalidade. Só assim estaremos dando a nós mesmos a chance de reassumirmos o Governo do nosso Estado e mudar todas essas coisas”.

O que falaram as lideranças em Jacarezinho, na passagem da Caravana Requião Me Chama Que Eu Vou:

Em Jacarezinho (PR), cerca de 300 lideranças de 17 municípios da região Norte Pioneiro recepcionaram a Caravana Requião Me Chama Que Eu Vou.
Em Jacarezinho (PR), cerca de 300 lideranças de 17 municípios da região Norte Pioneiro recepcionaram a Caravana Requião Me Chama Que Eu Vou.

O deputado estadual Professor Lemos (PT) destacou a atuação política de Requião: “Sempre fez bonito representando o Paraná, tanto em seu Governo como no Senado. Nunca envergonhou nenhum brasileiro ou brasileira. Sou testemunha do avanço que nós tivemos na educação e nas políticas públicas do Paraná quando foi Governador, tinha acolhimento e respeito com as demandas dos servidores, e quem foi beneficiado com isso foi a população usuária dos serviços públicos. Tivemos avanços importantes na Educação, quando saímos de 25% para 30% dos recursos destinados para melhorar o nosso ensino público. Hoje temos sete universidades, graças ao trabalho realizado naquela época, que colocou o Paraná num patamar diferenciado na Educação do país. É um governo que a gente quer ter de volta, por isso a esperança vai vencer o ódio e as fake news, para ser feliz de novo”.

Para representar os vereadores do Norte Pioneiro, o Professor Nilton Stein (PT), de Jacarezinho, falou sobre o momento difícil vivido pelos paranaenses na atualidade. Bem diferente do que foi no Governo Requião, que agora representa uma esperança para mudar os rumos do Paraná: “Sou de Cascavel, moro há 12 anos em Jacarezinho e, desde 2011, nosso Norte Pioneiro foi esquecido pelo Governo do Estado. São poucas pessoas daqui que possuem algum tipo de privilégio ou atenção do poder público. Mas nós podemos recuperar todos os nossos direitos, de todos os cidadãos, mas para isso queremos Requião Governador novamente e Lula presidente”.

A vereadora de Curitiba Carol Dartora (PT) também fez questão de participar do evento e destacou a importância de reunir forças neste momento para retomar as políticas públicas voltadas às classes mais oprimidas: “O Brasil vive um momento histórico de extrema violência política, de empobrecimento da classe trabalhadora, de destruição dos serviços públicos, de fome e de miséria. Por isso, nesse momento é tão importante a luta por moradia, a luta das mulheres negras, da periferia, num cenário em que muitos sequer conseguem pagar para ter um teto. Estamos vivendo um momento de sofrimento pra toda classe trabalhadora. Por isso precisamos muito dessa retomada, de um projeto democrático, tanto para o Brasil quanto para o Estado. O Governo Ratinho Júnior, assim como Bolsonaro, vem destruindo todas as nossas conquistas históricas, e isso representa derrota para a classe trabalhadora, para os serviços públicos, para e educação. Na época do Lula e do Requião tinha diálogo e a gente sabe bem o que a gente viveu. Estamos juntos nessa caravana pra firmar essa aliança, essa retomada da esperança, da democracia”.

A ex-vereadora e presidente do MDB de Ribeirão Claro, Professora Eliana Cortez, destacou o aprendizado que a política paranaense deve ao Requião: “Quem somos nós para dizer que estamos desanimados. Toda vez que tento desviar da vida política lembro do exemplo do Requião, que aos 80 anos segue aqui, firme, na luta, porque ama o povo paranaense. Fui candidata a vice-governadora, a primeira pessoa do Norte Pioneiro a disputar a majoritária do estado, e nessas andanças durante alguns meses em 2018 eu tive o privilégio de ouvir do Requião um importante ensinamento. Que ‘Política deve ser feita para quem precisa, para o pobre trabalhador. Rico não precisa de política pública, mas sim os que dependem de um posto de saúde quando ficam doentes, que dependem de medicamentos da rede pública, da educação pública de qualidade’.”

E sobre a Educação, Eliana fez duras críticas ao governo atual e ao desmonte das políticas públicas: “Tem muitos professores aqui hoje e vão concordar comigo, o Requião foi um governador que valorizou a Educação de verdade. Hoje não! Hoje somos massacrados, todos os dias, com mentiras, focados apenas em produzir resultados com números, não existem mais pessoas na escola, só números. Querem chegar ao primeiro lugar do Ideb a base de ameaças, a qualquer custo. Bem diferente da era Requião, quando os professores e funcionários de escola eram valorizados e o resultado positivo veio como consequência. Quando o governo vê a Educação como investimento, não como gasto você tem bons resultados. E os resultados você vê na população. Mas o Requião não vai conseguir resolver tudo isso sozinho, por isso todos nós temos uma missão, assim que sairmos daqui, e conquistar mais apoiadores para nossa Caravana. E não é difícil, é só comparar o que aconteceu lá atrás e o que tá acontecendo hoje”.

Representando os movimentos sociais e sindicais, Marcio Kieller, presidente da CUT Paraná estava muito emocionado e fez questão lembrar os versos de uma música que fala sobre a “caravana da esperança”. E nesse contexto, destacou: “Essa caravana trouxe ânimo para todos nós, de que pode haver uma mudança, um governo diferente, onde as pessoas sejam colocadas em primeiro lugar e atendidas por políticas públicas. Ter o Requião novamente no Governo do Estado é saber que teremos isso tudo de novo, é ter alguém que entende os problemas do Paraná. Nós precisamos de você, Requião, pra tirar o estado das mãos daqueles que governam para poucos empresários e banqueiros, que fazem a política do fuzil e não a política do feijão. Ficamos orgulhosos de poder participar desse compromisso com você, e poder contribuir com a elaboração de um programa voltado aos movimentos sociais, aos trabalhadores do campo e da cidade”.

Representando os prefeitos e ex-prefeitos da região, Jorge Nunes, de Santa Mariana, falou sobre a trajetória da política no país e da falta de personalidades no poder, atualmente, em defesa do povo: “Quando comecei na política, aos 18 anos, me inspirei em grandes nomes como você, Roberto Requião, que hoje considero o último estadista brasileiro da velha guarda. Jamais imaginei ver na minha vida um retrocesso político tão grande quanto ao que estamos vivendo hoje, no nosso país, de afronta a democracia, de miséria, de fome, de violência e truculência de políticos para se manter no poder. Requião, nós precisamos de você e o povo agora é quem diz ‘sim’ pra você, a hora é agora, me chama que eu vou”.

Por sua vez, o deputado estadual Requião Filho (MDB) destacou o porquê da escolha do nome caravana, que simboliza o fato do movimento ter sido fruto de um sentimento coletivo de mudança: “Representa que não estamos sozinhos. Estamos viajando juntos nessa caravana rumo ao mesmo destino, para devolver o estado do Paraná aos paranaenses. Representa o desejo de retomada do comando da Copel e da Sanepar que, durante uma pandemia, aumentou suas tarifas cinco ou seis vezes. Empresas públicas que antes trabalhavam para desenvolver nossa economia, gerar riquezas para nosso estado, agora distribuem lucros milionários para investidores, pessoas que nem moram no Paraná ou no Brasil. Esse Paraná de hoje é um pequeno governo de grandes negócios, que abre mão de R$ 17 bilhões em impostos, numa renúncia fiscal para benefício somente de grandes empresários. Enquanto isso, cobra cada centavo dos nossos micro e pequenos empresários, responsáveis pela geração de 7 em cada 10 novos empregos no estado, sem nenhum alívio no imposto, nenhum incentivo. O mesmo acontece com o homem do campo, que luta para pôr comida na nossa mesa, mas tem um governo que lhe vira as costas. Governo que ajuda o o homem do campo? Tivemos lá atrás, não temos mais”.

Nesse momento, Requião Filho destacou os programas sociais implantados pelo Governo Requião e frisou a luta do pai por um Paraná mais igualitário para todos. “Não trabalhamos com promessas, mas com objetivos. E o objetivo dessa caravana é devolver o Paraná para as mãos dos paranaenses. No ano que vem, eles vão prometer o que não fizeram, e nós vamos falar do que já fizemos e vamos fazer novamente”.

O deputado federal Enio Verri (PT-PR), por sua vez, destacou a fome e o desemprego como os principais desafios do próximo governo, tanto em nível nacional como estadual: “O Brasil vive hoje a sua maior crise. Quando eu era garoto, minha mãe distribuía resto de comida para quem pedia em nossa rua. Com os governos Lula e Dilma isso acabou, mas hoje a miséria voltou, as pessoas estão revirando o lixo, comendo resto de comida de uma forma desumana. Nunca pensei que iríamos regredir tanto, na qualidade de vida das pessoas, na falta de empregos, ao deixarmos um povo sem esperança. O que este presidente e este governador fizeram foram projetos altamente destrutivos. Entregaram tudo aos estrangeiros, dos mais ricos, privatizaram, diminuíram a gestão pública, não há mais reajustes de salários aos servidores públicos, mudaram a cara do Brasil”.

E comparou os governantes: “O Ratinho é o Bolsonaro calado. Só não fala as mesmas besteiras, mas na prática é a mesma exclusão e miséria. Precisamos recuperar a esperança. Acreditar na nossa luta, na nossa organização. O Governo Requião foi bem diferente, foi de grande crescimento para o estado. Com Lula presidente, foi de grande desenvolvimento, tínhamos políticas publicas, ações sérias e responsáveis. Por isso agora é nossa obrigação cidadã cuidar desse projeto com muita atenção. O Paraná precisa do Requião. O povo mais pobre precisa do Requião. Essa caravana representa um projeto do povo paranaense, firme e organizado, porque só assim teremos Requião governador e Lula presidente”.