Gasolina é vendida por nove reais o litro em Curitiba, a mais cara do País

Em Curitiba, o Blog do Esmael flagrou um posto de gasolina vendendo por nove reais o litro da gasolina. Talvez seja o maior valor do país.

O posto, de bandeira BR, fica no bairro Batel, na região central da capital paranaense.

Neste sábado (09/10), o governo do presidente Jair Bolsonaro autorizou a Petrobras a aplicar novo aumento nos preços dos combustíveis.

A título de comparação, o preço médio da gasolina na bomba era de R$ 2,685 na semana de 20 de março de 2011, fim do terceiro mês do primeiro governo Dilma Rousseff (PT).

O atual preço de R$ 9, em Curitiba, é 3,35 vezes mais caro que na época petista. Ou seja, 350% mais caro que no tempo de Dilma.

O diabo é que Bolsonaro disse que nada vai fazer para conter esses aumentos abusivos. Pelo contrário: ‘Eu não vou na canetada congelar o preço.’

Economia

A política de paridade da Petrobras, que atrela os reajustes dos combustíveis à variação do dólar e à cotação internacional do petróleo, só beneficia especuladores e fundos que detêm ações da companhia.

Reduzir ICMS não garante preço menor, é golpe contra a sociedade

Na live de quinta (07/10), o presidente da República disse que o grande problema do combustível é o ICMS. “Alguns governadores me acusam de ser mentiroso. Nós sabemos que eles não aumentam a alíquota de ICMS, cuja média está entre 30%, mas toda vez que há um aumento na Petrobras, se você não aumentar na bomba, vai faltar combustível no Brasil porque nós temos que comprar lá fora, não somos autossuficientes no refino”, disse.

Novamente, o presidente deu a informação incompleta. Foi no seu governo que a Petrobras vendeu e desativou refinarias de petróleo, aumentando a dependência do refino externo. O Brasil é autossuficiente na produção do petróleo bruto, mas não consegue refinar o que consome, por isso precisa importar derivados. Os ativos [refinarias] vendidos foram convertidos em “lucro” para os especuladores que detêm ações da empresa.

“O ICMS incide sem cima de toda a cadeia [de combustíveis]. Nós não aumentamos um centavo [pois] os impostos federais são os mesmos desde 2019”, declarou o presidente, porém a política de equiparação de preços da Petrobras, a partir da cotação internacional do petróleo e da variação cambial, é que provocam os preços abusivos dos combustíveis.

Por exemplo, a alíquota do ICMS no Paraná é de 29% desde 2015. No entanto, Jair Bolsonaro pressionou na live para a redução do imposto.

“Nós temos notícias de alguns governadores se movimentando já para reduzir o ICMS. Nós levantamos essa lebre, nós botamos o dedo na ferida. Não basta você reclamar, você tem que saber se você tá reclamando corretamente. Se eu errar, eu assumo erro, eu assumo falha, agora vamos saber a verdade e reclamar com quem de direito”, disse, eximindo-se da culpa dos preços abusivos dos combustíveis e atribuindo aos governadores.

A renúncia de impostos sempre vai favorecer o especulador porque não resolve a macabra política de paridade adotada pela Petrobras. Pelo contrário. Retira dinheiro da sociedade para concentrar nas mãos de fundos de especulação. Vide a desoneração da folha nas empresas, fim das aposentadorias [reforma da previdência] e precarização da mão de obra com a pejotização [reforma trabalhista].

Frentistas denunciam o golpe

Na segunda-feira, dia 18 de outubro, em Curitiba, o presidente do Sindicato dos Frentistas do Paraná (Sinpospetro), Lairson Sena, e o presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro), Eusébio Pinto Neto, irão se reunir com o ex-senador Roberto Requião. Eles, juntamente com outros dirigentes de sindicatos de frentistas no estado, discutirão um movimento contra os aumentos abusivos dos combustíveis e contra uma lei do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que extingui a categoria. Hoje, a Lei 9.956 proíbe self-service nos postos de combustíveis.

Os frentistas querem conscientizar a sociedade que os preços abusivos nos combustíveis são reflexo da política de reajuste da Petrobras, desde o governo Michel Temer (MDB), que atrelou os aumentos na variação do dólar e na cotação internacional do petróleo. Ou seja, o consumidor abastece seu carro e compra gás de cozinha em moeda americana, mas recebe seu salário em real corroído pela inflação e sem correção.

Além disso, os frentistas irão alertar a categoria e a população que a redução do imposto, como o ICMS, é uma esparrela que tira recursos da sociedade para manter os ganhos de especuladores.

Os trabalhadores nos postos de combustíveis se recordam que os brasileiros já foram enganados com a reforma da previdência [fim da aposentadoria] e a reforma trabalhista [precarização da mão de obra] sob o falso argumento que seriam gerados 11 milhões de novos empregos. Não passou de mentiras.

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