O presidente Jair Bolsonaro não governa faz tempo, nós já sabíamos, mas a novidade é que a Globo tenta assumir o controle da máquina pública por meio de seus comentaristas.
Ao repercutir a fala do presidente da República, que, devido às chuvas, disse que a conta de luz iria voltar ao “normal” –sem bandeira vermelha. Essa “sinalização” deixa as tarifas mais caras.
“Dói no coração, sabemos a dificuldade da energia elétrica. Eu vou pedir para ele, pedir não, determina para ele volte a bandeira normal”, disse o inquilino do Palácio do Planalto, ao se referir ao ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Segundo a Globo, Bolsonaro não manda nada e que ele –provavelmente— terá de engolir o que falou “após intuir” que a chuva significa levantar a bandeira vermelha nas contas de luz.
Os comentaristas globais disseram que a palavra dos técnicos da Aneel –Agência Nacional de Energia Elétrica— se sobrepõe a do presidente. Até lembraram o caso do gás de cozinha que Jair Bolsonaro prometeu reduzir, a despeito, na prática, de os preços continuarem subindo.
A mesma tese da Globo é usada na questão da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e no comando do Banco Central.
Por extensão, Bolsonaro também não manda nada na Petrobras. A estatal de petróleo continua com a política de paridade de preços internacionais, que provoca os aumentos abusivos dos combustíveis.
O discurso de Bolsonaro se deu na noite de quinta (14/10) numa igreja de Brasília, a mesma em que o presidente confessou que chora no banheiro devido à pressão do cargo que exerce.
Resumo da ópera: o Brasil está desgovernado e a Globo tenta garantir seus interesses e dos bancos em meio à acefalia.
Assista ao trecho [vídeo]
Leia também
Por falar em pária, e o Guedes? Cadê o Paulo Guedes? E a conta no paraíso fiscal? E se fosse o PT?
Em busca de trégua com a velha mídia, Bolsonaro sinaliza com a privatização da Petrobras
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.