Requião Filho: Não há Independência sem Democracia

Requião Filho*

As manifestações antidemocráticas do 7 de Setembro revelaram que somos uma sociedade doente.

O vírus das fakenews, a longo prazo, tem causado estragos tão significativos quanto o COVID-19.

Em meio ao caos causado pela fome, pelo desemprego, o aumento do combustível, do gás de cozinha e a retirada contínua de direitos, ainda existem pessoas pedindo intervenção militar, cassação de ministros do STF e dissolução do Congresso, tudo sob o pretexto de “combate ao comunismo”.

O presidente, que ocupa o mais alto cargo da República, para piorar toda a situação, aparece em manifestações endossando essa maluquice, sem apresentar qualquer proposta séria para tirar o Brasil do buraco.

Do outro lado, vimos pedidos de vacina, comida e empregos.

Economia

Não é muito difícil escolhermos um lado, se pensarmos de forma racional.

Acontece que as mentiras disseminadas, a inércia das instituições (sobretudo do Legislativo, que poderia dar fim a esta insanidade) e a falta de empatia pela população que sofre, tem causado uma cegueira coletiva, tal qual a anunciada por Gabriel Garcia Marques, em seu ensaio.

Para sermos um país realmente independente é necessário, acima de tudo, que prevaleça a democracia e a real vontade da população.

O povo quer emprego, comida na mesa, oportunidade de estudar e, quem sabe, um churrasquinho barato no final de semana.

Não se trata de esquerda ou direita, de capitalismo ou comunismo, mas sim de bom senso, racionalidade e de dar prioridade as necessidades mais básicas de quem tenta sobreviver em meio a esta crise definitiva.

Não sou eu quem vai “bater palma para maluco dançar”, enquanto exercer o mandato, sigo lutando pelas pequenas e médias empresas, por menos impostos, mais empregos, educação, saúde e, acima de tudo, pela Constituição.

*Requiao Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.

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