Datafolha “explica” por que Bolsonaro não quer vacinação de adolescentes

Primeiro uma consideração: por incompetência do governo a vacina é finita e tudo que é escasso tem seu valor de troca, segundo a economia clássica –mas essa “regulação” do presidente Jair Bolsonaro destoa do liberalismo, que, contraditoriamente, prega a abstenção estatal.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alegou “falta de evidências científicas consolidadas” sobre o benefício da imunização para este grupo de jovens e adolescente, no entanto, na live presidencial de quinta (16/09), ele se traiu ao comparar vacinação com um convite para festa. “São convidadas cinco pessoas para jantar, o sujeito leva dez?” Ou seja, eles estão falando de “escassez” e proteção das pessoas.

O segundo aspecto da suspensão da vacinação para adolescentes é que crianças de 12 a 16 anos não votam. Somente adolescentes a partir de dezesseis, opcionalmente, podem votar nas eleições.

A terceira observação envolve a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (17/09). De acordo com o instituto, o eleitor que não vota em Bolsonaro tem as seguintes características: jovem, pobre, mulher.

Se o “jovem, pobre, mulher” retratado no Datafolha não vota em Bolsonaro, por óbvio, tem preferência pelo adversário Luiz Inácio Lula da Silva –que lidera a corrida presidencial do ano que vem.

Segundo a pesquisa Datafolha, Lula tem suas maiores vantagens entre os mais pobres (até 34 pontos sobre Bolsonaro), menos educados (31 pontos), jovens (29 pontos) e mulheres (25 pontos).

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