Belinati lamenta rejeição do Conselho LGTB pela Câmara de Vereadores de Londrina

No documentário sobre Donald Trump, que comentava as agruras de “Cidadão Kane” com a mulher, o então exótico empresário americano nos anos 70 respondeu o que faria no lugar do magnata inglês: ‘eu trocaria a mulher’, cravou o republicano que depois se elegeu presidente dos Estados Unidos.

Embora Trump seja um escroque, sua receita pode valer para os eleitores de Londrina, cidade no Norte do Paraná: troquem os vereadores da Câmara Municipal na próxima oportunidade.

Os vereadores londrinenses votaram na quinta (23/09) contra a criação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT. O projeto de lei 76/2021, rejeitado pela Câmara, era de autoria do prefeito Marcelo Belinati.

“O maior objetivo da nossa gestão é cuidar das pessoas, e de todas as pessoas. Quando digo cuidar, falo em ser compreensivo, demonstrar amor ao próximo e respeitar cada um dos cidadãos londrinenses”, apelou o prefeito, mas os vereadores fizeram ouvidos moucos. O texto foi arquivado pelo placar de 12 votos contrários a 5 favoráveis.

Belinati argumentou “o Conselho LGBT, assim como os outros 28 que já existem, é um espaço de debate legítimo. São mais de mil pessoas que são voluntárias e participam desses órgãos. Não há custo nenhum. É um lugar onde a cidade pode expressar aquilo que ela sente. É um lugar que garante o exercício da cidadania”. Mas não adiantou. A maioria conservadora derrotou o prefeito londrinense, que é médico e advogado.

Na tentativa em vão de aprovar o Conselho LGBT, Marcelo Belinati negou que o colegiado iria tratar da ideologia de gênero nas escolas. “Essa é mais uma informação inverídica que disseminaram por aí. Quem não aceita um projeto como esse é contrário à diversidade. Quem de nós não conhece alguém que foi vítima do preconceito por ter uma orientação sexual diferente dos outros?”

Economia

“Não se trata de política, é de fazer o que é correto. Diga não à violência, diga não à homofobia”, insistiu o prefeito de Londrina, antes da votação.

O prefeito Belinati finalizou a defesa do projeto justificando que a criação do Conselho seria um ato de respeito e que desejava “uma Londrina que respeita a todos os seres humanos sem distinção”.

Não adiantou nada. A maioria não compreendeu a mensagem do mandatário.

Veja como votaram os vereadores na proposta de criação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT:

12 votaram contra o projeto que cria o Conselho LGBT

  • Beto Cambará (Pode);
  • Eduardo Tominaga (DEM);
  • Emanoel Gomes, (REPUB);
  • Giovani Mattos (PSC);
  • Jairo Tamura (PL);
  • Jessicão (PP);
  • Madureira (PTB);
  • Mara Boca Aberta (PROS);
  • Nantes (PP);
  • Professora Sônia Gimezes (PSB);
  • Roberto Fu (PDT); e
  • Santão (PSC).

5 vereadores votaram a favor do Conselho LGBT

  • Chavão (PATR);
  • Deivid Wisley (PROS);
  • Lenir de Assis (PT);
  • Lu Oliveira (PL); e
  • Matheus Thum (PP).

Não votaram/estiveram ausentes da sessão

  • Professora Flávia Cabral (PTB); e
  • Daniele Ziober (PP).

Aos londrinenses, a recomendação de Trump: troquem os vereadores.

O município de Londrina, a 381 km de Curitiba, é o segundo mais populoso do Paraná com 575 mil habitantes. O nome da cidade é em homenagem a Londres (“Pequena Londres”).