Roberto Jefferson desmaiou na prisão ao saber de denúncia da PGR

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, desmaiou ao saber que poderá ficar mais tempo na prisão do que imaginava. Ele sofreu um desmaio nesta segunda-feira (30/08) ao saber da denúncia formulada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tipificando “incitação à violência”, homofobia e crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.

O aliado do presidente Jair Bolsonaro passou mal no presídio e foi levado para receber atendimento médico na UPA do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Jefferson foi preso no último dia 13 por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais. Ele reclamou de dores nas pernas, teve pressão baixa e foi levado para a UPA, onde permaneceu internado.

Roberto Jefferson é denunciado por incitação ao crime e homofobia, mas PGR pede prisão domiciliar ao “Rambo” bolsonarista

O que estava ruim ainda pode piorar para o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PT, preso preventivamente há 17 dias por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o “Rambo” bolsonarista por incitação ao crime, incitação à insubordinação contra as instituições e homofobia. O documento é assinado pela a subprocuradora Lindôra Araújo, que pede a Alexandre de Moraes que avalie a possibilidade de prisão domiciliar.

Jefferson alega que ele tem sérios problemas de doenças e enfrenta um tratamento contra um câncer.

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A denúncia foi oferecida em 25 de agosto. Lindôra menciona episódios em que Jefferson estimula a população a invadir o Congresso e a atacar instituições. A subprocuradora cita também a Lei de Segurança Nacional.

Leia trecho da denúncia da PGR contra Roberto Jefferson:

“O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio da Subprocuradora-Geral da República que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem, na forma do artigo 129, inciso I, Constituição Federal, e artigo 6º, inciso V, Lei Complementar nº 75/93, vem, perante Vossa Excelência, expor e requerer o que se segue.

O Ministério Público Federal oferece denúncia em face de ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO por infração aos arts. 23, IV, c/c 18, ambos da Lei 7.170/1983 (por 3 vezes, na forma do art. 71 do Código Penal, 286 c/c 163, parágrafo único, II e III, ambos do Código Penal, 26 da Lei 7.170/1983 e 20, § 2º, da Lei 7.716/1989 (por 2 vezes, na forma do art. 71 do Código Penal).

Tendo em vista que o denunciado não consta no rol do art. 102, I, “b”, da Constituição Federal, o Ministério Público requer seja apreciado eventual declínio da competência.

Neste momento, pede ainda a apreciação do requerimento de prisão domiciliar.”

Alexandre de Moraes “jogou fora” chave da cadeia em que Roberto Jefferson está preso

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se transformou em um verdadeiro pesadelo dos apoiadores de Bolsonaro e do próprio presidente da República. Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que o diga. Ele permanece preso há 16 dias.

Moraes jogou fora a chave da cadeia em que o “Rambo” bolsonarista está preso, o Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. Ou seja, não haverá refresco para Jefferson em um horizonte próximo.

Além de Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, carrasco dos bolsominions já prendeu os seguintes militantes:

  • Sara Winter
  • Oswaldo Eustáquio
  • Daniel Silveira
  • Antonio Carlos Bronzer
  • Jurandir Pereira Alencar

Jefferson escreveu uma carta, divulgada pela filha, Cristiane Brasil, em que critica “Xandão” [apelidou que ele deu ao ministro]: “Não aceito a coleira de tornozelo”, disse, negando-se a usar tornozeleira eletrônica —caso o ministro do Supremo acate parecer da PGR, que sugere prisão domiciliar.

Quanto ao presidente da República, ele vê num eventual mandado do STF determinando sua prisão uma “saída honrosa” para 2022, haja vista a iminente derrota para Lula. Por isso Bolsonaro amplia as provocações e ameaças contra o STF, o Congresso e as eleições do ano que vem.

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